Coluna

Explosões em Unidades Armazenadoras de Grãos

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Explosivos geram gases sob alta pressão que causam explosões. Fontes de ignição incluem curtos, descargas e atritos. Propagação atinge 7.000 m/s.
Possibilidades de Ocorrência

Sob aspectos militares explosivos podem ser definidos como substâncias ou mistura destas suscetíveis a sofrerem bruscas transformações químicas sob influência de calor ou ação mecânica. Destas transformações geram-se gases aquecidos sob alta pressão que tendem a expandir rapidamente levando a: (a) romper estruturas, (b) destruir equipamentos e (c) ceifar vidas humanas.

As explosões em unidades armazenadoras, geralmente possuem por material explosivo a mistura das substâncias ar atmosférico e partículas solidas em suspensão, as quais neste caso são denominadas como os agentes comburentes e combustível, respectivamente. As partículas originam-se das impurezas que acompanham a massa de grãos ou do esfacelamento dos grãos.

A detonação dessa mistura será processada caso em algum local ocorra a temperatura do ponto de detonação, o que pode ser causado por uma fonte de ignição tipo: (a) acumulo de cargas eletrostáticas, (b) curtos circuitos, (c) descargas atmosféricas, (d) atrito de componentes metálicos e (e) descuidos quando do uso de aparelhos de soldagem.

Processada a detonação em um dado ponto, a energia calorífica dissipada será utilizada na detonação de um outro ponto. Isto estabelecerá uma série de detonações, enquanto houver condições favoráveis que são estabelecidas pela existência dos agentes comburentes e combustível e a ocorrência da temperatura do ponto de detonação. Deste modo, tem-se que o processo de detonação é rápido, mas não instantâneo, sendo que as séries de detonações podem atingir velocidades de propagação de até 7.000 m/s, exercer pressões de até 550 kPa e gerar ondas de choque com velocidades de 300m/s. Quanto a violência e potência da explosão serão definidas em função da velocidade das detonações e da temperatura e volume dos gases produzidos.

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Simulador de explosão de pó
Medidas Operacionais Preventivas 

Como medidas operacionais preventivas, recomenda-se:

  • proceder cuidadosa limpeza da massa de grãos;
  • fazer uso contínuo dos sistemas de captação de pó;
  • limpar periodicamente os sistemas de captação de pó trocando os filtros nos períodos definidos pelos fabricantes;
  • proceder a limpeza das instalações evitando o acumulo de pó;
  • treinar os operadores e demais funcionários quanto as potências riscos de explosões;
  • fazer manutenções periódicas dos equipamentos eletromecânicos;
  • certificar periodicamente os estados dos cabos elétricos;
  • tomar os devidos cuidados ao utilizar aparelhos de solda nos serviços de manutenção;
  • aspergir a massa de grãos em movimento com óleos minerais para reduzir a emissão de pó; e
  • substituir as caçambas dos elevadores e pás dos transportadores correntes metálicas por componentes plásticos.
Aspectos Técnicos Construtivos

Como aspectos técnicos construtivos recomenda-se a observância dos seguintes cuidados quando da elaboração e implantação de projetos de unidades armazenadoras:

  • dotar os ambientes como túneis, galerias e pontos de carga e descarga de grãos com sistemas de captação de pó;
  • instalar sistema de captação de pó em elevadores caçambas e tubulações de transporte de grãos;
  • proceder o aterramento elétrico dos componentes eletromecânicos e pontos geradores de cargas eletrostáticas;
  • projetar edificações que estruturalmente contemplem áreas de fácil ruptura caso ocorram explosões, isto minimizará danos a edificação, pois os gases em expansão serão lançados à atmosfera;
  • instalar sistemas de pára-raios;
  • instalar aspersores de óleo mineral em pontos do sistema de movimentação de grão passíveis de ocorrência de alta concentração de pó – valores superiores a 0,05 kg/m3; e
  • projetar sistemas de iluminação apropriados aos ambientes com risco de explosão.

 

Leia também: Exposição inadequada aos ruídos no ambiente de trabalho causa diferentes danos à saúde


Rafael Mansani e José Leal

Rafael Mansani e José Leal

Rafael Mansani - Engenheiro Civil e de Segurança do trabalho, pós graduado em Gestão Pública, Mestrando em Eng. De Produção. Diretor Executivo do IPLAN-PMPG.
José Leal - Engenheiro civil; Engenheiro de Segurança do Trabalho; Pós-Graduado em: Eng. Sanitária e Ambiental; MBA de Gestão de Eng. de Segurança do Trabalho; Ergonomia; Administração Aplicada à Segurança do Trabalho.

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