Pais e responsáveis pelos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ponta Grossa (APAE) manifestaram em entrevista exclusiva ao portal Boca no Trombone, suas preocupações diante das condições precárias do transporte escolar oferecido pela prefeitura. Segundo relatos, o ônibus utilizado para o translado dos alunos apresenta constantes problemas mecânicos e diversas irregularidades, colocando em risco a segurança e o bem-estar das crianças.
Mariana, irmã de Rodrigo Silveira, um dos alunos da APAE, relatou em entrevista ao portal Boca no Trombone os desafios enfrentados desde que se mudaram de Curitiba para Ponta Grossa há cerca de um ano. Ela afirmou que o ônibus destinado ao transporte dos alunos frequentemente sofre com problemas na mecânica, e que soluções improvisadas são realizadas para mantê-lo em funcionamento.
Além disso, Mariana apontou diversas irregularidades no veículo, como a falta de cintos de segurança, má higiene e estrutura interna desfalcada. Segundo ela, as más condições do transporte têm gerado situações perigosas, como exemplo algumas crianças com deficiência visual caindo no chão do ônibus devido à condução brusca e falta de cintos de segurança.
PEDIDO DE MELHORIA
Em 2023, Mariana e outras mães de alunos já haviam entrado em contato com a prefeitura de Ponta Grossa para pedir melhorias e uma vistoria nas condições do transporte escolar. No entanto, segundo ela, apesar das promessas de averiguação das condições pela prefeitura, nenhuma medida foi tomada até o momento.
A gota d’água ocorreu nesta segunda-feira (18), quando o ônibus novamente apresentou problemas mecânicos, deixando as crianças aguardando pelos pais após o término das aulas. Mariana e seu esposo precisaram sair do trabalho mais cedo e utilizar o próprio carro para buscar seu irmão na escola, situação essa, que ela relata que nem todos os pais têm condições.
Mariana gravou vídeos mostrando as condições precárias do ônibus e pediu uma atitude imediata. “A gente tá pedindo socorro para que a secretaria de educação nos dê um retorno, olhe para nós, olhe para essas crianças com mais carinho, são crianças especiais, precisam de uma atenção especial. Por favor eu peço em nome de todas as mães, eu consegui vir buscar meu irmão mas hoje eu vi o desespero das outras mães de não conseguir vir buscar seus filhos aqui. A gente vai lutar porque eles merecem coisa melhor”, disse.
RESPOSTAS
O portal Boca no Trombone procurou a direção da APAE e a prefeitura de Ponta Grossa para esclarecimentos sobre o caso. Em nota a prefeitura informou que recebeu as mesmas solicitações de melhoria e que as reclamações foram imediatamente verificadas, registradas e alvo de notificação contra a empresa prestadora do serviço, com aviso para imediata regularização, nos termos do contrato.
Além disso, a prefeitura afirmou que a empresa substituiu o ônibus e deverá fazer todas as manutenções necessárias, conforme previsto em contrato. A Prefeitura informa também que realiza constantemente as fiscalizações sobre o transporte escolar, sem aviso prévio, e que qualquer inconformidade pode ser informada pelo telefone 156 para imediata verificação.
A diretoria da APAE confirmou que as reclamações são constantes por parte dos pais dos alunos em relação ao transporte e disse que a diretora está acompanhando todas elas. Porém, foi relatado que hoje (19) inclusive, o transporte chegou com 35 minutos de atraso para o início das aulas, causando prejuízo para o ensino dos alunos.
Confira abaixo o relato de Mariana:
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