O Ministério Público do Paraná, por meio do núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quinta-feira (26) a Operação Visão, que investiga um esquema de fraudes sistêmicas na renovação e emissão de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) junto ao Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR). A ação resultou em três prisões preventivas, quatro ordens de monitoração eletrônica, 14 mandados de busca e apreensão, quatro afastamentos de função pública e a suspensão das atividades econômicas de uma clínica médica investigada.
Durante o cumprimento das medidas, foi identificado e fechado um Centro de Formação de Condutores (CFC) clandestino, e um médico foi preso em flagrante por posse ilegal de armas de fogo. Os mandados foram expedidos pelas varas criminais de Sarandi, Santa Fé e Engenheiro Beltrão.
As diligências foram realizadas em Sarandi, Maringá, Santa Fé, Centenário do Sul, Lupionópolis, Engenheiro Beltrão, Peabiru e São Jorge do Ivaí, com apoio da chefia e da Unidade de Inspeção e Auditagem do Detran-PR, que atua em cooperação com o MP desde o início das investigações.
Investigações e esquema criminoso
As apurações começaram entre setembro de 2024 e início de 2025, quando o Gaeco identificou possíveis irregularidades em exames teóricos e médicos nas 86ª e 95ª Ciretrans (Sarandi e Engenheiro Beltrão) e em uma clínica localizada em Centenário do Sul.
Segundo o MP, as fraudes envolviam servidores públicos, um médico, empresas e particulares que agiam em conjunto para aprovar candidatos inaptos à renovação da CNH. As investigações mostraram que pessoas reprovadas em exames oftalmológicos, ao passarem pela clínica sob investigação, eram consideradas aptas para dirigir, mesmo com sérias limitações visuais — origem do nome “Operação Visão”.
Entre os presos preventivamente, um dos suspeitos tem quatro condenações definitivas e responde a duas ações penais ligadas a crimes envolvendo o Detran. Outro investigado também já é réu em três processos por fraudes semelhantes.
O promotor de Justiça Marcelo Alessandro Gobbato, do Gaeco de Maringá, concedeu áudio oficial sobre a operação. Também foi divulgado um álbum de imagens com registros do cumprimento dos mandados.
O caso segue sob investigação
Fonte: Ministério Público do Paraná
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