Funcionários de empresas terceirizadas que atuam em hospitais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estão ameaçando entrar em greve a partir de janeiro. O motivo é o comunicado das empresas informando que não haverá pagamento no próximo mês, com previsão de quitação salarial apenas para a primeira semana de fevereiro.
“Não temos décimo terceiro, férias, direito à alimentação no hospital. Agora, simplesmente, não vamos ter nem salário. Vamos trabalhar de graça. Isso é quase escravidão”, desabafou uma enfermeira, que preferiu não se identificar.
As informações repassadas pelas empresas aos funcionários indicam que o atraso se deve ao fechamento da conta do Estado, que só será realizado no final de janeiro. Em mensagens, as terceirizadas pedem que os colaboradores se organizem financeiramente para enfrentar a situação.
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“Nosso pagamento em dezembro acontecerá de forma normal, o mais tardar até o dia 20/12. Porém, isso não ocorrerá em janeiro. Eles já sinalizaram um atraso devido à conta do Estado que abre mais tarde, e nos deram como previsão o recebimento para a primeira semana de fevereiro”, informou a nota oficial enviada por uma empresa terceirizada aos seus “associados”.
Indignados, os trabalhadores já estão discutindo estratégias para mobilização. “Estamos conversando com todo o pessoal, e todos vão aceitar a greve. Vamos já preparar a greve para janeiro”, afirmou outra enfermeira.
As empresas citadas pelos funcionários também foram procuradas pelo Portal BnT. Em nome de uma das empresas, o advogado Fernando Stadler informou: “somos uma sociedade prestadora de serviços e que as informações devem ser apuradas com o Estado. Não somos celetistas, portanto não há o que se falar em salários”. A outra empresa não respondeu à tentativa de contato.
O Portal Bnt procurou a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Secretaria Estadual de Saúde (SESA-PR) para pedir um posicionamento sobre o caso. Até o momento, a equipe de reportagem não obteve retorno.