Paraná (FAEP) formalizou um pedido ao Comando Geral da PM solicitando um reforço no policiamento nas principais áreas de cultivo de café do estado.
O aumento dos casos de furto foi observado em estados vizinhos, como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, especialmente impulsionado pela alta dos preços do grão. Em decorrência disso, a FAEP propôs medidas preventivas durante os meses críticos de colheita, que ocorrem entre junho e agosto.
Segundo Bruno Vizioli, analista técnico da FAEP, a intenção é intensificar as rondas nas propriedades cafeeiras para coibir essas práticas ilícitas. “Solicitamos que aumentem o efetivo e as rondas nas áreas produtoras para inibir esses delitos no Paraná”, afirmou Vizioli.
Na região que abrange o norte pioneiro até o oeste do Paraná, mais de sete mil produtores de café expressam preocupação com a situação. O cafeicultor Norival Barbosa destacou a insegurança atual: “É angustiante. Não sabemos se devemos descansar ou vigiar nossas lavouras. É necessário levar o café diretamente para as cooperativas, sem deixar nada no campo”.
Em resposta à crescente insegurança, os produtores estão adotando medidas preventivas em suas propriedades. Carlos Cézar, outro agricultor da região, comentou sobre as ações coletivas que estão sendo implementadas: “Muitos estão instalando porteiras, aumentando a iluminação noturna e implementando câmeras de segurança. Todos estão alertas e qualquer atividade suspeita é imediatamente comunicada à polícia”. Ele acredita que a presença constante da polícia pode desencorajar ações criminosas.
A situação dos preços do café também é um fator que preocupa os produtores. Dados recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelaram um aumento de 80,2% no preço do café moído entre março de 2024 e março de 2025. Essa inflação acumulada representa a maior alta desde maio de 1995, quando atingiu 85,5%.
Vários fatores contribuíram para essa escalada nos preços do café: condições climáticas adversas como calor excessivo e secas afetaram negativamente a produção; grandes produtores internacionais como o Vietnã enfrentaram desafios semelhantes; e conflitos no Oriente Médio elevaram os custos logísticos das exportações. Além disso, o consumo global de café continua crescendo, com novos mercados emergindo para o produto brasileiro — a China, por exemplo, passou a ser um dos principais importadores do grão nacional.
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