O número de brasileiros com restrições de crédito atingiu um novo recorde: 70,29 milhões de pessoas estão inadimplentes, o que representa 42,36% da população adulta do país. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), e refletem o impacto direto do alto custo de vida, do endividamento das famílias e das elevadas taxas de juros.
De acordo com o levantamento, a maior parte das dívidas está concentrada no setor bancário, que responde por 66,95% dos casos de inadimplência. Em seguida, aparecem as contas básicas como água e luz (9,78%) e as dívidas no comércio (9,64%). A faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos, com mais de 17 milhões de brasileiros nessa situação.
Negociação é caminho para sair do vermelho
Para quem deseja retomar o controle financeiro, Edemilson Koji Motoda, diretor do Grupo KSL, especializado em cobranças amigáveis e jurídicas, destaca a importância de uma abordagem estratégica na negociação de dívidas.
“As instituições financeiras estão mais abertas a oferecer descontos, prazos maiores e redução de juros. Mas é fundamental que o consumidor esteja bem preparado para negociar e, acima de tudo, cumpra o que for acordado”, orienta Motoda.
O especialista lista cinco passos essenciais para quem busca renegociar suas dívidas:
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Organize suas dívidas: Liste todos os débitos, incluindo valores, credores e prazos. Isso ajuda a entender o tamanho da dívida e a definir prioridades.
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Avalie sua capacidade de pagamento: Analise sua renda e despesas mensais para saber quanto pode ser destinado ao pagamento das dívidas.
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Negocie com os credores: Procure canais oficiais de atendimento das empresas e busque acordos que caibam no seu orçamento.
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Formalize os acordos: Documente tudo o que for negociado, preferencialmente por escrito, para evitar problemas futuros.
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Cumpra o combinado: Honrar os compromissos é essencial para restaurar a confiança dos credores e limpar o nome.
Educação financeira é chave para evitar o endividamento
Além das negociações, Motoda reforça a importância de investir em educação financeira como forma de prevenção.
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