A Justiça do Paraná rejeitou o recurso da defesa de Marcos Vagner de Souza, acusado de assassinar a adolescente Ísis Victória Mizerski, de 17 anos, que estava grávida no momento do desaparecimento. Com essa decisão, o réu irá a julgamento pelo Tribunal do Júri, respondendo por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e aborto sem consentimento da vítima.
Ísis desapareceu no dia 6 de junho de 2024, na cidade de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. As investigações apontam que ela se encontrou com Marcos pouco antes de sumir. Mesmo sem a localização do corpo, as autoridades entenderam que há indícios robustos que justificam o julgamento.
🏛️ Defesa tentou anular decisão, mas pedido foi negado
No recurso, os advogados do acusado alegaram falta de provas conclusivas, ausência de testemunhas presenciais, além de questionarem se de fato Ísis estava grávida e se Marcos seria o pai da criança. A defesa também apontou o que chamou de “excesso de linguagem” na decisão que levou o réu ao banco dos réus.
No entanto, os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná não acataram os argumentos. O relator do caso destacou que a decisão de levar Marcos ao júri está bem fundamentada, baseada em diversos elementos de prova, e que não antecipa qualquer juízo de culpa, cabendo essa decisão ao Tribunal do Júri.
🚨 Provas reunidas no processo
Entre os indícios que sustentam a acusação estão:
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Depoimentos de testemunhas, indicando que Marcos foi a última pessoa a estar com Ísis;
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Imagens de câmeras de segurança;
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Mensagens trocadas por aplicativos, que indicam desentendimentos relacionados à gravidez;
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Dados de geolocalização de celulares;
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E um laudo de vínculo genético, que sugere que Marcos poderia ser o pai do bebê que Ísis esperava.
🗣️ Posicionamento da acusação
O advogado da família da adolescente afirmou que o julgamento deve ocorrer até o final deste ano. Segundo ele, a expectativa é que, durante o júri, o réu revele onde está o corpo da jovem, o que poderia influenciar na pena final. Ele reforçou que a acusação está preparada para demonstrar aos jurados que o crime foi cometido de forma cruel e premeditada.
🚔 O crime e a investigação
A investigação da Polícia Civil concluiu que Ísis foi morta por motivo torpe, dissimulação e feminicídio, além de aborto sem consentimento e ocultação de cadáver. Durante o inquérito, foram realizadas 36 oitivas, além da análise de câmeras de monitoramento e conversas que apontam que o acusado não aceitava a gravidez e buscou formas de interrompê-la.
Marcos Vagner de Souza, que nega todos os crimes, está preso preventivamente desde julho de 2024, em um presídio de Ponta Grossa, também nos Campos Gerais. A data do júri ainda não foi definida.
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