Na manhã desta segunda-feira (18), o médico Rafael Nicoluzzi, suspeito de matar a própria mãe em Ponta Grossa, foi submetido a um exame psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Jardim Carvalho. Segundo o advogado de defesa, Yuri Kozan, o psiquiatra que atendeu Nicoluzzi constatou que o suspeito apresentava um discurso delirante e desconexo, indicando necessidade de tratamento psiquiátrico.
Na última semana, a juíza responsável pelo caso deferiu a instauração de um incidente de insanidade mental, determinando a cópia de todos os prontuários médicos de Nicoluzzi nos estados do Paraná e Santa Catarina. O advogado destacou que o suspeito tem histórico de mais de 10 internações psiquiátricas. Além disso, foi solicitada a transferência de Rafael do presídio Hildebrando de Souza para uma instituição médica que ofereça condições dignas de tratamento no Paraná.
A situação do Complexo Médico Penal (CMP), tradicionalmente utilizado para casos semelhantes, também foi levantada pela defesa. Segundo Kozan, o estabelecimento enfrenta graves denúncias, incluindo torturas e condições insalubres, que estão sendo apuradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dessa forma, caso não haja melhoras estruturais no CMP, Nicoluzzi poderá permanecer em tratamento no próprio CAPS de Ponta Grossa, conforme avaliação médica e judicial.
O Ministério Público já apresentou denúncia contra Rafael Nicoluzzi, pedindo sua condenação pelo crime de feminicídio qualificado por meio cruel. Entretanto, a defesa segue investigando se outras pessoas podem estar envolvidas no homicídio. Segundo Kozan, para que Nicoluzzi compreenda plenamente os fatos ocorridos no dia 29 de novembro, será necessário avanço em seu tratamento psiquiátrico, o que permitiria o retorno ao uso pleno de suas faculdades mentais.