Uma denúncia de negligência no atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Ponta Grossa está sendo investigada pelo Ministério Público do Paraná. A queixa foi formalizada por uma mulher cujo esposo faleceu em casa no dia 9 de dezembro de 2023.
No procedimento administrativo, instaurado no dia 18 de janeiro, a esposa do falecido relata que seu marido passou mal no banheiro da residência e ao conseguir abrir a porta, percebeu que seu esposo estava sangrando muito no lado esquerdo da cabeça e também salivando muito. Ela também conta que com muita dificuldade, conseguiu acionar o SAMU, com auxílio de seu filho de 9 anos de idade, e relatou ao médico que atendeu a ocorrência que estava saindo espuma/saliva pela boca do seu esposo.
Além disso, ela conta que a ligação caiu e que o SAMU não chegou até a residência, sendo que ela precisou pedir ajuda de um vizinho, porém o vizinho não conseguiu levar o homem para o hospital, momento em que a esposa precisou ligar para o SIATE.
Ao entrar em contato com o SAMU na primeira vez, enfrentou demora no atendimento. Mesmo após a chegada do SAMU e do SIATE (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), ela relata que a equipe médica não teria realizado procedimentos para reanimar o esposo, que acabou falecendo.
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A mulher, que possui deficiência visual e não pode dirigir, contou que uma vizinha tentou ajudar, com massagem cardíaca enquanto ela tentou respiração boca a boca, porém após um tempo, sem saber informar com exatidão, o SIATE chegou ao local com uma maca, mas não realizaram nenhum procedimento de reanimação ou qualquer outro tipo de procedimento para tentar salvá-lo.
ALEGAÇÃO DE NEGLIGÊNCIA
A médica do SAMU fez contato com o IML e, segundo a esposa do falecido “não encostaram no meu marido, não tocaram nele, não fizeram reanimação nele. Tem testemunha disso” (sic). Na sequência, o IML chegou ao local e informou que havia suspeita de suicídio ou homicídio. Depois disso, ela afirmou que foi orientada pela profissional do IML a fazer uma denúncia sobre a conduta da equipe do SAMU, alegando que “na folha azul, que eu não obtive acesso a essa folha, aonde a médica transcreve tudo que ela fez, mas ela não fez nada. Que ela tentou reanimar ele, mas ela não fez nada” (sic).