Em meio a movimentações políticas, figuras da centro-direita e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consideram a possibilidade de o partido Missão, fundado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), lançar um candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. Esta estratégia visa não apenas aumentar a visibilidade nacional do partido, mas também alavancar nomes da sigla para cargos no Legislativo e em governos estaduais.
A principal aposta recai sobre Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, que foi ex-deputado e teve seu mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em 2022, após a divulgação de áudios comprometedores gravados durante uma viagem à Ucrânia. Atualmente, Arthur se encontra inelegível até 2030, mas existe uma expectativa crescente de que ele busque reverter essa situação na Justiça a tempo de participar da disputa presidencial. Caso consiga, há uma forte crença entre seus aliados de que ele se tornaria o nome escolhido pelo Missão para a corrida ao Planalto.
Se Arthur do Val não obtiver a autorização judicial necessária, outros potenciais candidatos estão sendo considerados. Renan Santos, um dos fundadores do MBL, aparece como uma opção viável, embora já tenha manifestado sua falta de interesse em concorrer a cargos eletivos. Nomes como Cristiano Beraldo e Danilo Gentili também foram mencionados, mas são vistos como alternativas menos prováveis. Beraldo é considerado formal demais para liderar uma nova legenda em uma eleição presidencial, enquanto Gentili teria que abrir mão de compromissos profissionais atuais.
No interior do MBL, figuras como Kim Kataguiri, Guto Zacarias e Amanda Vetorazzo têm papéis bem definidos dentro da legenda. Kataguiri deverá buscar a reeleição como deputado federal, Zacarias tentará se manter na Assembleia Legislativa e Vetorazzo deve focar sua atuação em São Paulo.
Adicionalmente, há discussões sobre uma possível candidatura ao governo paulista. Aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estão atentos ao movimento do Missão e consideram Beraldo o nome mais forte para essa disputa. A dinâmica pode mudar dependendo das intenções eleitorais de Tarcísio: se este decidir concorrer à Presidência, o Missão poderá optar por uma candidatura própria; caso contrário, o apoio ao governador tende a ser uma prioridade.
No entanto, essa aliança precisa ser cuidadosamente negociada. Informações divulgadas pelo Portal iG em 2023 indicam que Bolsonaro tem demonstrado resistência ao grupo, temendo que o MBL busque um protagonismo excessivo na política brasileira.
Na última quinta-feira (24), o MBL anunciou ter atingido o número mínimo necessário de assinaturas para formalizar o partido Missão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com mais de 547 mil assinaturas validadas. Agora, o partido entra na fase de formalização institucional, que inclui a criação de diretórios em pelo menos nove estados e a submissão do estatuto e direção nacional ao TSE.
A expectativa é concluir esse processo até outubro de 2023, viabilizando assim a participação do Missão nas eleições de 2026. Se aprovado oficialmente, será o 30º partido registrado no Brasil e utilizará o número 14, anteriormente associado ao extinto PTB. Entre suas propostas estão a redução do Estado, economia liberal e reformas eleitorais, além da elaboração de uma nova Constituição.
O partido também está desenvolvendo estratégias financeiras que incluem monetização nas redes sociais e a criação de uma editora e revista própria.
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