Os integrantes do Partido Liberal (PL) estão observando com atenção o desenrolar do julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, que enfrenta acusações por vandalismo ao pichar com batom a estátua “A Justiça”. Apesar da suspensão do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a possibilidade de uma candidatura dela nas eleições de 2026 está sendo discutida entre os membros do partido.
O julgamento de Débora foi interrompido após o pedido de vista do ministro Luiz Fux. Mesmo assim, ela é considerada um potencial candidato forte para as próximas eleições, especialmente em um cenário em que o PL, sob a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro, promove um projeto de anistia para aqueles condenados pelos eventos ocorridos em 8 de janeiro, atualmente em trâmite na Câmara dos Deputados.
O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, expressou que a candidatura de Débora é uma possibilidade concreta. Contudo, ele ressaltou que ainda não houve contato com a ré devido às limitações impostas pela sua prisão domiciliar. “Ela está com muitas restrições para contato e ainda não conversamos com ela. Mas, sem dúvida, em nome da liberdade e da democracia, ela terá uma oportunidade no PL”, afirmou Cavalcante ao portal Metrópoles.
A prisão preventiva de Débora foi substituída por prisão domiciliar a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Entre as condições estabelecidas estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso a redes sociais e entrevistas, além da restrição de contatos apenas a advogados e familiares previamente autorizados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) justifica que Débora atende aos requisitos necessários para a prisão domiciliar, considerando seu papel como mãe de duas crianças menores de 12 anos. O parecer destacou que os crimes não foram cometidos contra dependentes da ré e que não há evidências de envolvimento dela em delitos contra a vida.
Débora é acusada dos mesmos cinco crimes pelos quais Jair Bolsonaro também responde no STF. Natural de Paulínia, São Paulo, ela viajou ao Distrito Federal em 7 de janeiro e foi acusada pela PGR de ter permanecido no Quartel-General do Exército antes de vandalizar a estátua da Justiça no dia seguinte.
O processo judicial permanece paralisado enquanto aguarda o retorno do caso à Primeira Turma do STF por parte do ministro Luiz Fux, que tem um prazo de até 90 dias para fazê-lo. O relator Alexandre de Moraes já se manifestou favoravelmente à condenação, sugerindo uma pena total de 14 anos, com 12 anos e seis meses em regime fechado.
A liderança da Câmara dos Deputados planeja discutir o requerimento de urgência do projeto de anistia durante uma reunião programada com o presidente Hugo Motta na próxima terça-feira.
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