Coluna

Por que fico no PSOL?, por João Luiz Stefaniak

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Muda-se de partido, mas sem abandonar a defesa das pautas sociais, ambientais e de defesa das minorias sociais que sempre nortearam

As companheiras Josi Kieras e Ana Paula decidiram migrar para o PT nesta janela partidária. Desejo sorte e sucesso nesta empreitada, pois tenho clareza que tal decisão não altera o projeto inicial que embasou a construção do nosso Mandado Coletivo. Muda-se de partido, mas sem abandonar a defesa das pautas sociais, ambientais e de defesa das minorias sociais que sempre nortearam e vão continuar norteando nossa atuação.

No entanto, eu decidi não seguir o mesmo caminho e permaneço no PSOL, por várias razões. Uma delas diz respeito ao maior peso que o PSOL dá na defesa das questões ambientais, das mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+. Acredito que a centralidade dessas pautas é necessária para a compreensão da formatação atual da luta de classes na realidade brasileira e mundial e no PSOL elas são tratadas com a relevância necessária.

Outro aspecto é de natureza de concepção de mundo. Apesar de reconhecer a existência de muitos petistas que ainda vislumbram o socialismo no horizonte, entendo que o PT atualmente é um partido majoritariamente de matiz social-democrata, que apesar da preocupação em mitigar as desigualdades e as injustiças sociais, há muito deixou de representar um projeto de alteração estrutural da sociedade brasileira. Neste sentido o PSOL permanece mais próximo da minha utopia concreta.

Outra razão diz respeito às minhas posições nas disputas dentro do PSOL, que foram marcadas nos últimos anos pelo intenso combate às posições esquerdistas no interior do partido. Seria totalmente incoerente minha saída no momento em que eu tenho total acerto com as posições da maioria das direções nacional e estadual do PSOL.

Por fim, não vejo contradições instransponíveis na minha permanência nas fileiras do PSOL com a construção do Mandato Coletivo, mesmo que os demais integrantes tenham decidido ingressar no PT. Vamos continuar juntos atuando na defesa das mesmas pautas que sempre nos propomos defender.

Sempre tivemos ótima relação política com os demais partidos de esquerda e centro-esquerda e vamos continuar tendo. Tanto o PSOL como o PT estão no mesmo campo político de defesa do governo Lula, de oposição aos atuais governos estadual e municipal e de combate à direita e extrema-direita, sendo que eventuais diferenças serão discutidas com respeito e companheirismo dentro do nosso Mandato Coletivo.

Seguimos na luta!

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