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Prédio da Boate Kiss começa a ser demolido para construção de memorial

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Reprodução Vinicius M (Da Ilha)
O espaço contará com um jardim circular ao centro com 242 pilares de madeira em volta, cada um com o nome de uma vítima

Na última quarta-feira (10) foram os tapumes, portas e o famoso letreiro da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), para a demolição do prédio. Local foi palco de uma das maiores tragédias do Brasil. O lugar será utilizado para criação de um memorial em homenagem às 242 vítimas do incêndio que atingiu a boate em 27 de janeiro de 2013.

Antes de iniciar a demolição, foi realizada uma cerimônia com a presença de sobreviventes, pais de vítimas e autoridades. O letreiro e o portão da casa noturna foram retirados e irão compor o acervo do memorial.

O local terá uma área de 383,65 m² e será composto por três salas, sendo um auditório, sala multiuso e a sede da AVTSM. Ainda, o espaço contará com um jardim circular ao centro com 242 pilares de madeira em volta, cada um com o nome de uma vítima.

Leia mais: Boate Kiss: dez anos depois da tragédia, ninguém foi responsabilizado

O prazo para a entrega do memorial é de oito meses e com custo do projeto de R$ 4.870.004,68.

Relembre o caso

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em um domingo, um incêndio atingiu a Boate Kiss, no centro de Santa Maria. 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas, após fagulhas de dispositivos pirotécnicos atingirem a espuma acústica que revestia o teto da boate. Uma fumaça tóxica se espalhou pela casa noturna ao pegar fogo

Em dezembro de 2021, o tribunal do júri condenou quatro réus: Elissandro Callegaro Spohr (empresário e sócio da casa noturna): 22 anos e seis meses de reclusão; Mauro Londero Hoffmann (empresário e sócio da casa noturna): 19 anos e seis meses; Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda que levantou o artefato pirotécnico): 18 anos de prisão; Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor que comprou e ativou o fogo de artifício): 18 anos de prisão.

No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o júri em 3 de agosto de 2022 alegando irregularidades na escolha dos jurados, reunião entre o juiz presidente do júri e os jurados, ilegalidades nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica, o que não é permitido.

Em 5 de setembro de 2023, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a anulação do júri por quatro votos a um. Em 2 de maio deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal o reestabelecimento da condenação dos quatro réus. A Procuradoria alega que as nulidades apontadas pelo Tribunal durante análise do caso pelo tribunal do júri não causaram prejuízo aos acusados.

Os quatro réus aguardam a definição em liberdade.

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Deivid Dutra/Agência O Dia/AE

Com informações G1


Kauana Neitzel

Kauana Neitzel

Kauana Neitzel é jornalista formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Atua na área desde 2020. Possui experiência com redação em portais de notícia; trabalhou em rádio; participou de projetos do Governo do Paraná na área da fotografia e redação; estagiou na UTFPR, no departamento DIREC; trabalhou como chefe de redação em jornal impresso e site na região Centro-Sul do Paraná; atualmente, exerce o cargo de editora chefe no portal Boca no Trombone.

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