A Primavera chegou para ela outrora menina, agora uma mocinha, tão jovem sob o frescor da meninice no corpo. Ainda não chegou ao estágio de moça, mas as mudanças corporais e hormonais já são suficientes para remexer sentimentos e pensamentos sobre o que não existia antes.
Coisas de criança foram abominadas. E as pernas grossas agitadas em polvorosa a olhar para os moços. No gradil em frente à casa as folhagens, como ela, ganhavam o viço da estação. Igualmente as primaveras com suas flores nos galhos sob o peso de tanta pujança.
E os olhos da moça deixavam de olhar para os transeuntes, os moços, para se voltarem aos ramos e às flores. Era coletar algumas e submetê-las a virem pousar sobre seus brincos. Estava feita a sedução de conquista a abordar os homens que passavam na rua e nunca se viu, antes, primavera mais fértil e febril.
Uma só menina causava furor como se fosse um mulherio.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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