O salário mínimo no Brasil desempenha um papel fundamental tanto para os trabalhadores quanto para a economia nacional. Em 2025, o país testemunhou um aumento considerável no valor do salário mínimo, que agora é de R$ 1.518,00. Essa elevação foi formalizada através do decreto nº 12.342/2024, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entrou em vigor no dia 1º de janeiro do mesmo ano, com um reajuste de R$ 106.
A política de valorização do salário mínimo, regida pela Lei nº 14.663/23, adota como critérios principais para a determinação do novo valor a inflação acumulada ao longo de um ano até novembro do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás, sendo este último limitado a um teto de 2,5%, conforme estipulado na emenda da lei nº 15.077/2024.
O cálculo do salário mínimo envolve uma meticulosa análise de diversas variáveis econômicas, visando garantir uma remuneração que reflita tanto a realidade inflacionária quanto o crescimento econômico do país. A fórmula de ajuste procura proteger o poder aquisitivo dos trabalhadores, reduzindo os impactos negativos da inflação ao longo do tempo. Em cenários onde o PIB apresenta desempenho negativo, o reajuste se baseia exclusivamente na variação da inflação.
Atualmente, o salário mínimo serve como a base salarial para uma significativa parcela da população brasileira. Em 2024, cerca de 59,3 milhões de pessoas eram beneficiadas por essa quantia, abrangendo tanto trabalhadores do setor público quanto privado. Ademais, esse valor impacta diretamente uma variedade de benefícios sociais e previdenciários, incluindo aposentadorias, auxílio-doença, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
É importante notar que embora o salário mínimo bruto seja definido por lei, vários descontos obrigatórios podem afetar o montante líquido recebido pelos trabalhadores. Entre os principais descontos estão:
- INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
- Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
- Contribuições sindicais
Além desses descontos obrigatórios, podem existir outras deduções não obrigatórias como vale-transporte e empréstimos consignado, que variam conforme acordos coletivos ou individuais.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor atual do salário mínimo não cobre adequadamente as necessidades básicas de um trabalhador e sua família. Esse estudo leva em consideração despesas essenciais com alimentação, saúde, moradia, transporte e educação. No entanto, especialistas ressaltam que estabelecer um salário que atenda integralmente essas demandas enfrenta desafios relacionados à produtividade e à sustentabilidade econômica.
A discussão sobre o valor ideal do salário mínimo no Brasil é complexa e abrange múltiplas dimensões macroeconômicas e a necessidade de ajustes contínuos para equilibrar os custos trabalhistas com a capacidade financeira dos empregadores.
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