O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ponta Grossa (Sintropas) protocolou, nesta quinta-feira (3), um ofício junto à Viação Campos Gerais (VCG), cobrando providências quanto ao tempo estipulado para o cumprimento dos itinerários do transporte coletivo na cidade. Segundo a entidade, as exigências da empresa estão colocando em risco não apenas os motoristas, mas também os usuários e pedestres.
De acordo com o presidente do Sintropas, Luizão, mais de 60% das linhas enfrentam problemas com os horários, tornando inviável o cumprimento dos trajetos sem ultrapassar os limites de velocidade estabelecidos pelas autoridades de trânsito. “É imprescindível que a Prefeitura e a concessionária aumentem o tempo estipulado para que os motoristas consigam finalizar o trajeto respeitando as normas de trânsito. Não podemos aceitar que os condutores sejam obrigados a cumprir horários impossíveis, o que tem gerado acidentes e colocado a população em risco”, criticou.
O sindicato argumenta que a situação fere o artigo 157 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que determina que o empregador deve garantir um ambiente seguro e adequado para seus funcionários. “Isso inclui itinerários viáveis, levando em conta não apenas o tempo do trajeto, mas também as condições reais do trânsito e outros fatores que influenciam a mobilidade”, ressaltou Luizão.
O Sintropas deu um prazo de cinco dias para que a VCG apresente soluções concretas. Caso contrário, uma assembleia será convocada na próxima semana para deliberar sobre a possibilidade de greve geral no transporte coletivo. “Se for preciso, vamos adotar todas as medidas legais e judiciais para mudar essa situação. Queremos respostas claras e soluções efetivas”, afirmou o presidente do sindicato.
Condições precárias no Terminal Central
Além da questão dos itinerários, o Sintropas também protocolou um segundo ofício denunciando a precariedade dos banheiros do Terminal Central. Segundo o sindicato, os sanitários estão sem manutenção, em condições inadequadas de higiene e, em alguns momentos, com acesso restrito aos funcionários.
“A situação é insustentável. Os motoristas já enfrentam dificuldades para cumprir os horários, não têm banheiros nos pontos finais e, quando chegam ao terminal, ainda encontram sanitários sem condições de uso. A Norma Regulamentadora 24 (NR 24) estabelece que as empresas devem fornecer instalações sanitárias apropriadas, limpas e acessíveis, garantindo dignidade aos trabalhadores”, destacou Luizão.
O sindicato deu um prazo de 24 horas para que a VCG informe as providências adotadas para resolver o problema dos sanitários. A categoria aguarda respostas, enquanto a possibilidade de paralisação segue sendo considerada caso as reivindicações não sejam atendidas.