Casa. Para tantos que passaram pelo Colégio Agrícola Augusto Ribas ao longo de 86 anos, essa é a palavra que melhor descreve o local. Desde 1980, a escola é administrada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, que neste Dia do Técnico Agrícola (05 de novembro), homenageia a história do Colégio e de todos e todas que por ele passaram.
Nessas oito décadas, o Caar se tornou referência em ensino de qualidade, tanto no Ensino Médio quanto profissionalizante. Dos 23 colégios agrícolas no Paraná, este é o único ligado a uma instituição de Ensino Superior. São mais de 300 alunos e 30 professores, e as taxas de reprovação e de abandono escolar são baixas. Em 2019, a avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) colocou o Colégio como uma das 30 melhores instituições de ensino médio do Paraná.
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Na sexta-feira (27), caía uma chuva forte em Ponta Grossa. Era dia de prova do processo seletivo do Colégio Agrícola e 260 candidatos buscavam uma vaga no curso técnico em Agropecuária integrado ao Ensino Médio Regular. Para cada vaga, cerca de 2,5 candidatos. Na prova, organizada pela primeira vez de forma integrada com a Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS-UEPG), questões de Português, Matemática, História, Lei 4560/02 (Atribuições do Técnico Agrícola), Geografia e Ciências. Das 105 vagas ofertadas todos os anos, 35 são para o internato, voltado aos alunos de outras cidades que precisam de moradia em Ponta Grossa. O resultado foi divulgado na quarta-feira (01) e está disponível neste link.
Não é fácil ingressar ao Caar. E quem sai do Colégio após três anos de curso, sai com saudades. Para Gabriel Cassiano Orlovski, as palavras que vêm à mente para descrever o local são “Saudade” e “Amizade”. Outros tantos egressos teriam o mesmo relato, e isso fica claro quando cada um deles retorna ao Colégio para visitar, matar as saudades ou cumprir alguma agenda profissional. “Foi um dos momentos de crescimento, tanto pessoal quanto profissional. Conheci novas pessoas, fiz amizades, aprendi uma profissão”, resume Gabriel.
“Eu sou filho de produtor rural, nasci e cresci na roça”, conta Gabriel. Nas lavouras de fumo, feijão, milho e soja do pai e dos irmãos em Ipiranga-PR, encontrou inspiração para a escolha profissional. Mas a motivação, mesmo, veio do sonho da mãe de que algum dos filhos fizesse o Colégio Agrícola. “Eu falei: vou realizar esse sonho”.
Era a primeira vez que Gabriel saía da casa dos pais. No alojamento masculino do Caar, ele forjou suas melhores lembranças do período e amizades com ex-colegas, professores e funcionários, que ainda cultiva. “As brincadeiras, o companheirismo, as noites de lanche, tudo isso são lembranças que parecem ser bobas, mas que me marcaram muito nesse tempo”.
Diretamente da formatura no Agrícola, em 2017, ele ingressou no curso de Agronomia da UEPG. “Tive uma preparação muito boa, que me deu uma base excelente. Pude ter um entendimento melhor das matérias do curso de Agronomia graças ao Colégio Agrícola”.
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