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Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de Síndrome de Burnout

Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de Síndrome de Burnout
Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de Síndrome de Burnout
Líderes treinados podem ajudar na recuperação de colaboradores. Pesquisa aponta que há diferentes causas para que os colaboradores desenvolvam este distúrbio emocional

O ano de 2023 terminou com a concessão de mais de 288 mil benefícios por incapacidade devido a transtornos mentais e comportamentais no Brasil, segundo dados do Ministério da Previdência Social. Este número representa 38% a mais do que em 2022, quando mais de 209 mil pessoas receberam benefícios. Estes dados evidenciam o segundo lugar, no ranking mundial, para o Brasil em casos de trabalhadores acometidos pela síndrome do esgotamento profissional, conhecida como síndrome de Burnout.

Conforme pesquisa da corretora de benefícios Pipo Saúde, há diferentes causas para que os colaboradores desenvolvam este distúrbio emocional, que traz como sintomas a exaustão extrema, o estresse e o esgotamento físico. Os indicativos podem ser resultantes de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. São tão grandes as consequências de quem vive a síndrome, que esta foi incluída na lista de doenças relacionadas ao trabalho pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022 e em novembro de 2023 pelo Ministério da Saúde.

Muito se falava, durante a pandemia, que o surto de Covid-19 pode ter trazido mais esclarecimentos à população sobre saúde mental, quando muitos precisaram enfrentar situações adversas e pedir ajuda. A pesquisa também trouxe que as empresas elevaram os níveis de estresse dos colaboradores com mais cobrança, gerando também insegurança pelo aumento de demissões pós-pandemia. E será que os gestores estão preparados para acolher e orientar os funcionários impactados?

Para Camila Lorenz, sócia da Agência de Gestão, empresa paranaense que presta consultoria em gestão empresarial, o assunto deve ser levado para discussão nas empresas. “A partir do momento em que a saúde mental é discutida no ambiente de trabalho, colaboradores passam a reconhecer os alertas e sintomas, assim como podem ser melhor compreendidos pelos seus gestores, que passam a entender a situação que seus liderados estão enfrentando”, avalia.

Para Camila, investir em um ambiente mais saudável significa investir na companhia, com funcionários mais felizes e produtivos e menos rotatividade. Datas como janeiro branco e setembro amarelo podem ser os pontos de partida para levar o assunto para dentro das corporações, por exemplo.

Liderança empática

Líderes que conhecem a síndrome, seus sintomas e o impacto na vida dos colaboradores se tornam mais empáticos, compreendendo as dificuldades. Com isso, podem inspirar suas equipes e tornar o ambiente de trabalho mais saudável. O mercado, inclusive, demanda profissionais que enxerguem suas capacidades e limitações. A autoconsciência e o autoconhecimento desenvolvem o autocontrole nos trabalhadores e gestores tomam decisões mais estratégicas e com resiliência em situações de desafio. “Por isso, quando a área de recursos humanos busca novos líderes ou desenvolve os já contratados, ela passa a valorizar perfis que tenham tanto habilidades comportais como técnicas igualmente desenvolvidas”, esclarece a CEO.

O estudo A Importância da Empatia na Qualidade de Liderança, conduzido pela Community, traz como ponto principal a empatia como habilidade a ser desenvolvida pelos gestores, seguida da assertividade. O mesmo conteúdo relata que aproximadamente 80% dos colaboradores pensaram em pedir demissão devido ao comportamento dos seus gestores, sendo que quase metade efetivamente pediu demissão.

Um outro estudo global, realizado na Goethe University, na Alemanha, começou em 2016 e ainda colhe informações sobre comportamentos de líderes. Foram coletados dados de mais de 5 mil trabalhadores em 20 países, incluindo o Brasil. Os resultados mostraram que os estilos de liderança influenciam diretamente no risco de desenvolver o Burnout. Perfis mais abusivos aumentam, enquanto gestores mais compassivos, diminuem.

Camila Lorenz conta como evitar ocorrências negativas nas empresas. A gestão empresarial com foco no resultado pode reverter processos inadequados e aplicar mudanças que transformem o espaço empresarial. “Dentro da Agência de Gestão, nós temos especialistas para entender os processos a fundo, sugerir mudanças e adaptações que levem as companhias ao resultado esperado. De acordo com a nossa experiência e aplicação da metodologia, há casos em que há crescimento de crescimento de 10% a 15% a cada mês”, defende a sócia da Agência de Gestão.

E esta metodologia pode ser aplicada ao desenvolvimento dos gestores, cujas atitudes, em sua maioria, se resumem a passar a impressão de que são heróis, aguentando todas as pressões corporativas. Desta maneira, exercer uma liderança humanizada se torna impraticável. Olhar e avaliar comportamentos relacionados às emoções são essenciais. Como eu e meu time estamos dormindo? Como eu e meu time estamos nos alimentando? Eu e meu time estamos praticando atividade física? Esses questionamentos precisam estar abertos para discussão para que a equipe se sinta confortável nesta troca.

“As empresas precisam olhar para os retornos profissionais, os feedbacks, e monitorar os gestores, desenvolvendo uma escuta ativa que possa identificar, previamente, sinais de estresse e de esgotamento. Falar sobre o assunto e conscientizar seu público é uma das maneiras mais eficazes de prevenção”, finaliza Lorenz.

Burnout não é depressão e vai além do estresse

Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), burnout não está atrelada a uma condição médica e sim ao trabalho do indivíduo. Isto é diferente da depressão, que é reconhecidamente uma doença psiquiátrica crônica. Enquanto o stress são os sintomas de respostas apresentados pelo corpo causados por alguma situação específica e pode ser o indício de uma doença.

Para a Associação, os principais sintomas da síndrome do esgotamento são: cansaço excessivo, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração e até alteração nos batimentos cardíacos.

O Ministério da Saúde orienta que o tratamento da Síndrome de Burnout seja feito com psicoterapia, mas também pode ser adicionado medicamentos. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida colaboram para a cura e prevenção.

 


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