Em vídeo, a jornalista e colunista do Portal BNT, Ana Claúdia Gambassi, comenta oque se escuta por aí, e sobre aceitar a velhice e o empoderamento; confira
Tem cada uma que a gente escuta, né? Esses dias, reencontrar uma colega de escola, aquela que era a rainha de tudo e belíssima, foi surpreendente. Eu quase não a reconheci; ela fez tantas modificações que parecia uma Barbie. Se ela se sente bem assim, perfeito. O papo estava bom até ela começar a me questionar por que eu ainda não estiquei minhas rugas e parei de pintar o cabelo. Ela queria me convencer de que isso faria maravilhas pela minha autoestima.
Eu tive que responder que ainda não quis fazer isso e que sei que, quando me der na telha, eu posso mudar. Não vejo mal nenhum em fazer isso, mas é uma escolha que quero tomar por mim mesma. Me despedi e segui em frente, mas uma coisa ficou martelando na minha cabeça: Será que nossa geração lutou tanto pelo empoderamento só para trocar uma amarra por outra? Parece que viramos escravos de novos padrões estéticos que tentam nos impor.
Envelhecer não é crime nem pecado; é um privilégio. E esse privilégio nos permite ser mais donos de nós mesmos, fazer o que queremos por nós mesmos e não por causa de padrões impostos por outros. Ah, eu não sei você, mas eu sou uma “envelhecente” rebelde. Já passei do peso e, orgulhosamente, da idade para fazer o que os outros querem que eu faça.
Até a próxima!
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