De bilhetes premiados a mensagens falsas no WhatsApp, os golpes mudaram de roupa, mas continuam mirando os mesmos alvos: os desavisados, os gananciosos e os vulneráveis. Se antes o criminoso precisava estar cara a cara com a vítima, hoje bastam um celular e acesso à internet para aplicar o “conto”.
Bilhete premiado x Golpe do Pix errado
Antigamente, um dos golpes mais conhecidos era o do bilhete premiado: o estelionatário se aproximava de alguém na rua, dizia ter um bilhete de loteria premiado, mas não sabia como resgatar o valor. Oferecia vender o bilhete por um valor bem menor, apelando para a “boa vontade” ou ganância da vítima.
Hoje, o equivalente é o golpe do Pix errado: o golpista simula ter feito uma transferência por engano e pede que a vítima “devolva” o valor. Em muitos casos, o comprovante enviado é falso, mas a vítima, na pressa de “reembolsar”, acaba enviando dinheiro real.
Conto do paco x Falsos investimentos
O conto do paco envolvia uma pilha de dinheiro falsa envolta por cédulas verdadeiras. O golpista dizia ter muito dinheiro, mas precisava de ajuda para guardá-lo, transportar ou investir. A vítima, envolvida na ganância, acabava “emprestando” dinheiro e ficava no prejuízo.
Hoje, o golpe aparece em forma de falsas plataformas de investimento: promessas de rendimentos altos, rápidos e garantidos — geralmente por meio de criptomoedas, Forex ou robôs de apostas. A aparência profissional dos sites e o uso de “testemunhos” falsos dão credibilidade à farsa.
Boa noite, Cinderela x Golpe do amor online
A antiga “Boa noite, Cinderela” envolvia dopar a vítima para roubar seus bens — comum em bares, festas e encontros.
Na era digital, o golpe evoluiu para o “golpe do amor” ou romance scam: o criminoso cria um perfil falso em redes sociais ou aplicativos de namoro, envolve emocionalmente a vítima e, em seguida, começa a pedir dinheiro com desculpas variadas — tratamento médico, passagem aérea, dívida urgente.
Mudam os meios, permanecem os fins
Segundo especialistas em segurança digital, os golpes atuais utilizam as redes sociais, aplicativos de mensagem e até deepfakes para ludibriar. Mas a lógica é a mesma: enganar, criar uma história verossímil, despertar uma emoção (ganância, medo, compaixão, desejo) e aplicar o golpe antes que a vítima perceba.
As vítimas ainda são as mesmas: idosos, pessoas em situação emocional vulnerável ou que têm pouca familiaridade com tecnologia. A diferença é que agora o golpe pode vir de um número com DDD de outro estado ou até de outro país.
Como se proteger?
-
Desconfie de promessas fáceis de dinheiro.
-
Não envie dinheiro ou dados pessoais para quem você não conhece.
-
Confirme qualquer informação antes de agir — especialmente se envolver transferências financeiras.
-
Use a verificação em duas etapas nos seus aplicativos e redes sociais.
-
Denuncie. Golpes virtuais são crimes e devem ser investigados.
Leia também Maconha de playboy: nova droga avança entre a juventude da classe média
Comentar