Antes do quilômetro 83 as obras começavam. O asfalto recebendo retoques e camadas novas por sobre a gasta e tão rodada estrada. As filas se emparelhavam em sentidos contrários, uma por vez sendo liberada. Placas de “siga” e de “pare” se alternavam com motoristas ansiosos por alcançar o “siga” e fugir do “pare”. Caminhões, máquinas, rolos e aquela parafernália produzindo asfalto com cara de novo. Gente, muitos funcionários com capacetes, botinas, roupas coloridas, coletes fosforescentes, agitação, corre-corre em volta dos caminhões e pás para o serviço manual.
Infindos instantes de parada e o “siga” não seguia, deixando muito gente retida no “pare”, até avistar o homem uniformizado num caminhão encostado e sua única atenção voltada em ter os dentes escovados. Sem problemas com poluição ou pelo motor em ignição seguia o homem com seus dentes no fronte da atenção. Era “siga” para a escovação.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
Leia também: A “München Fest” deveria acabar, por Roberto Ferensovicz