Após a morte do bebê Gael Ferreira, de 9 meses, na manhã da última terça-feira (14), dentro da Unidade de Saúde Adão Ademar de Andrade, no Jardim Cerejeiras, em Ponta Grossa, familiares procuraram a imprensa para esclarecer a versão da família sobre o ocorrido. Eles alegam que não houve maus-tratos, agressão ou qualquer tipo de violência contra a criança.
Laudo do IML aponta ausência de traumas
De acordo com os familiares, o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) não identificou sinais de traumatismo craniano, afundamento de tórax ou fraturas que indicassem agressões. A criança estava com a perna engessada devido a uma queda da cama ocorrida duas semanas antes, o que, segundo eles, foi resultado de um descuido, mas não configuraria maus-tratos.
“O médico legista nos informou que não havia nenhuma lesão no crânio nem no tórax. O motivo da causa da morte ter sido registrada como ‘indeterminada’ é porque, segundo ele, o IML de Ponta Grossa só identifica causas relacionadas a violência, como homicídio ou envenenamento. Exames mais aprofundados só são feitos em Curitiba”, relatou um familiar próximo da criança.
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Sintomas se agravaram ao longo da semana
A família conta que Gael apresentava febre alta e diarreia ao longo da semana anterior à morte. A mãe buscou atendimento médico em diversas unidades de saúde, mas não recebeu um diagnóstico conclusivo. “Ela chegou a pagar uma consulta particular e fizeram exames de sangue, mas todos os resultados estavam normais”, disse um parente.
Ainda segundo a família, a criança passou a madrugada anterior à morte em atendimento na rede particular e, após voltar para casa por volta das 3h da manhã, foi encontrada sem resposta ao acordar. A mãe então correu com o filho até a unidade de saúde, onde ele foi atendido por equipes do posto e do SAMU.
Recolhimento do corpo e envio ao IML
O corpo de Gael permaneceu por cerca de cinco horas na unidade de saúde até ser recolhido pelo IML. Segundo os familiares, o impasse ocorreu porque nenhum profissional se responsabilizou por preencher a declaração de óbito. A solicitação ao IML, segundo eles, só foi aceita mediante a menção de uma possível suspeita de agressão, o que justificaria a necessidade de perícia.
“A única forma de o IML recolher o corpo foi dizer que havia suspeita de agressão, pois ninguém queria assumir a responsabilidade pela declaração”, explicou o familiar.
Investigação segue em andamento
A Polícia Civil deve instaurar inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Gael. Enquanto isso, a família pede respeito à memória da criança e reforça que está colaborando com todas as investigações.




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