Uma mulher de 62 anos precisou esperar mais de 11 horas para ser atendida na UPA Santa Paula, em Ponta Grossa. Segundo familiares, ela deu entrada na unidade às 13h05 de segunda-feira (26) e só recebeu atendimento médico por volta das 00h08 de terça-feira (27).
A denúncia foi feita ao Portal BnT, que foi procurado pela família, indignada com o que classificam como descaso e falta de respeito com a população. A paciente, segundo os familiares, passou o dia inteiro sem comer, debilitada, fraca e muito cansada. “Não é possível continuar este descaso com a população”, diz um familiar, que teria presenciado várias pessoas indo embora sem atendimento.
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A situação na UPA, segundo relato, era de superlotação. A preocupação dos familiares também se estende ao risco de contaminações. “O povo está preocupado com tuberculose na cadeia, mas nas UPAs também tem esse risco”, alerta o familiar. A mulher foi levada para a UPA porque apresentava sintomas similares à Covid 19, como febre, fraqueza, dor no corpo e não sentia o sabor dos alimentos.
Diante da reclamação, a reportagem do Portal BnT entrou em contato com a direção da UPA Santa Paula para obter um posicionamento sobre a situação enfrentada pela paciente e sobre a atual condição de atendimento na unidade.
Posicionamento
Em nota, o Instituto gestor das UPAs em Ponta Grossa esclarece que a unidade tem enfrentado um expressivo aumento no número de atendimentos, na última segunda-feira (26). “Na UPA Santa Paula, foram realizados ao todo ao longo do dia 531 atendimentos, o que representa um aumento de 62% em relação à capacidade diária da unidade, que é de 327 atendimentos”.
Além da alta demanda apontada pela gestão, outro fator relevante que influencia no tempo de espera é a prioridade dada aos casos de maior gravidade.
“Cerca de 36% dos atendimentos realizados foram classificados como de risco amarelo, o que significa que esses pacientes necessitam de atendimento em até uma hora. Casos verdes e azuis, considerados menos urgentes, foram atendidos conforme a prioridade, após a estabilização do fluxo dos pacientes mais graves”, diz a nota.
Neste tipo de casos menos graves, a unidade orienta que pacientes com quadros leves procurem preferencialmente a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência em sua região, como forma de evitar superlotação das UPAs.