Trabalhadores terceirizados que atuam nos hospitais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) voltaram a reclamar de atrasos no pagamento do salário. A previsão inicial dada por responsáveis era de que, até hoje (20), os pagamentos referente a dezembro seriam realizados, mas ainda seguem pendentes.
A equipe do Portal BnT conversou com alguns profissionais que estão reclamando das condições. “A situação dos trabalhadores não está fácil, tem gente passando fome, e muita gente que depende do salário”, afirma um técnico de enfermagem que preferiu não ser identificado.
Uma técnica de enfermagem relatou que, apesar do pagamento não ter sido realizado hoje, não foi dada previsão de quando haverá o salário em conta. “Hoje recebemos um áudio e já foi confirmado com as empresas que não há uma previsão de pagamento para os funcionários”, conta.
Diversos funcionários foram afetados pela falta de pagamentos, como enfermeiros, técnicos de enfermagem e de limpeza. Em dezembro de 2024, as empresas terceirizadas comunicaram que o salário não seria pago em janeiro, sob a alegação de que não haveria repasses do Governo do Estado. Relembre reportagem do caso aqui.
Conforme os profissionais, o salário é pago é normalmente entre os dias 15 e 17 de todo mês. Porém, o atraso tem impactado nas contas nos trabalhadores. “Temos filhos na escola, Coren (anuidade Conselho Regional de Enfermagem) para pagar, contas. Como que vamos ficar assim?”, relata a técnica de enfermagem.
Ainda sem informações precisas sobre quando devem receber o pagamento, trabalhadores ameaçam fazer protesto. “Não repassaram nada mais. Se não nos pagarem até sexta, será parado a enfermagem”, relata.
Posicionamentos
A equipe de reportagem do Portal BnT entrou em contato com a Universidade Estadual de Ponta Grossa para questionar se o Hospital Universitário (HU-UEPG) possui recursos para garantir o pagamento destes funcionários. A entidade desmentiu a denúncia dos salários atrasados e informou que “a programação de pagamentos segue dentro da normalidade”.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também foi questionada se os repasses ao HU-UEPG foram realizados para o pagamento de salários. No retorno, diz que “todos os repasses ao Hospital Universitário estão em dia”.
Três das empresas terceirizadas responsáveis pela contratação destes funcionários também foram procuradas para questionar se as entidades possuem recursos em caixa para garantir o salário dos trabalhadores. Nenhuma das três retornaram até a publicação desta matéria.