O empresário Marcione Souza de Oliveira, acusado de feminicídio, será julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão partiu do Juízo da Vara Criminal de Curiúva, que aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná. O caso envolve a morte da jovem Jackeline Liliane dos Santos, de 28 anos, natural de Ponta Grossa e que estava grávida de três meses no momento do crime.
De acordo com a denúncia, o assassinato ocorreu em 27 de abril de 2025, no Salto das Orquídeas, em Sapopema, local onde o acusado teria levado a vítima sob o pretexto de um passeio. No entanto, o passeio terminou em tragédia. A investigação concluiu que o réu tinha a intenção de matar a companheira, não aceitando a gestação e temendo assumir a paternidade.
Segundo o laudo de necropsia, Jackeline sofreu lesões cervicais por traumatismo raquimedular, sendo projetada contra as pedras pelo acusado. Testemunhas relataram que Marcione se afastou do grupo de amigos e, aproveitando o isolamento, cometeu o crime. Após o assassinato, ele tentou simular um acidente, configurando também o crime de fraude processual.
Os advogados Fernando Madureira e Thais Cristina Machinski, que atuam como assistentes de acusação e representam a família da vítima, afirmaram que a decisão de levar o caso ao júri popular representa um passo importante para a justiça e memória de Jackeline, que era mãe de duas crianças e esperava um terceiro filho.
Madureira destacou que o réu já havia tentado forçar um aborto um mês antes, oferecendo à vítima uma bebida com substâncias abortivas. “Foi um crime hediondo, premeditado e movido por um motivo torpe: a recusa em assumir a paternidade”, afirmou.
O acusado foi pronunciado pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo torpe e dissimulação, aborto e fraude processual. Se condenado, a pena poderá ultrapassar 40 anos de prisão em regime fechado. Marcione segue preso preventivamente à disposição da Justiça.
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