O inverno começou oficialmente na sexta-feira (20) e, com ele, aumentam os riscos de contaminações por vírus respiratórios. Dados do Boletim Infogripe, da Fiocruz, apontam que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceram 30% nas primeiras 24 semanas epidemiológicas de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse aumento é atribuído à maior circulação de vírus durante os meses frios. Ambientes fechados e pouco ventilados, como residências, escritórios e transportes públicos, facilitam a transmissão por gotículas de saliva, que se espalham pelo ar ao falar, tossir ou espirrar. A irritação das vias respiratórias causada pelo frio e tempo seco também torna o organismo mais vulnerável às infecções.
Entre os vírus em circulação, a influenza (gripe) chama atenção. Dos mais de 103 mil casos graves registrados este ano, cerca de 27% foram causados por influenza A ou B. De meados de maio a junho, essa proporção subiu para mais de 40%. A gripe também aparece como responsável por metade das quase 3 mil mortes por SRAG com resultado positivo para algum vírus — número que sobe para 74,6% se consideradas apenas as últimas quatro semanas.
A vacinação contra a gripe é apontada como a medida mais eficaz para evitar complicações. No entanto, menos de 40% do público-alvo se vacinou até esta sexta-feira (20), segundo o painel do Ministério da Saúde. A campanha começou em abril, com o objetivo de proteger os grupos de risco antes da chegada do inverno. O imunizante protege contra os vírus A H1N1, A H3N2 e B, e tem alta eficácia contra internações e óbitos.
Além da gripe, a covid-19 continua sendo uma infecção de alto risco. Apesar da queda no número de casos graves, o vírus ainda esteve presente em 30,9% das mortes por infecção viral em 2025. Nas últimas semanas, embora os testes positivos para covid-19 representem apenas 1,6% dos diagnósticos graves, a doença foi responsável por 4,2% das mortes, demonstrando alta letalidade, principalmente entre idosos.
Outro vírus que preocupa é o VSR (vírus sincicial respiratório), principal causador da bronquiolite, especialmente em crianças menores de 2 anos. Em 2025, ele foi o patógeno mais prevalente, presente em 45,3% dos casos graves causados por vírus, e causou 13% das mortes virais nas últimas quatro semanas. A vacina contra o VSR está disponível apenas em clínicas particulares para idosos e gestantes, mas o SUS deve incorporá-la para gestantes ainda neste segundo semestre.
Especialistas alertam para:
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Evitar ambientes fechados e aglomerações;
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Lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel;
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Utilizar lenços descartáveis;
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Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar;
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Manter boa alimentação, repouso e hidratação;
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Evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal.
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