O Irã mantém capacidade tecnológica e industrial suficiente para voltar a enriquecer urânio em níveis que podem viabilizar a construção de uma bomba nuclear em questão de meses — ou até em menos tempo. O alerta foi feito por Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em meio à escalada de tensão envolvendo o país persa, Israel e os Estados Unidos.
Segundo Grossi, os recentes ataques lançados por Israel, com apoio posterior dos Estados Unidos, causaram danos “severos, mas não totais” às instalações nucleares iranianas, contrariando declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que afirmou que os complexos haviam sido “completamente destruídos”.
Apesar de afirmar que a agência não tem provas de que o Irã esteja construindo uma bomba, Grossi destacou que Teerã se recusa há anos a responder questões cruciais relacionadas ao seu programa nuclear. A falta de cooperação levanta dúvidas sobre as reais intenções do regime iraniano, e Grossi apelou para que o país volte a permitir a entrada de inspetores da ONU para retomar as verificações interrompidas com o agravamento do conflito.
As divergências sobre a extensão dos danos também marcam o discurso das autoridades iranianas. Enquanto o líder supremo, Ali Khamenei, minimizou os efeitos dos bombardeios, afirmando que “nada significativo” foi atingido, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, descreveu a destruição como “excessiva e grave”.
No último dia 13, Israel lançou ataques contra instalações militares e nucleares do Irã, alegando que o país estava prestes a desenvolver uma arma de destruição em massa. Os Estados Unidos se uniram posteriormente às ofensivas. Apesar de um cessar-fogo ter sido acordado entre os dois aliados ocidentais, Trump já afirmou que poderá ordenar novos ataques caso haja indícios de que Teerã voltou a enriquecer urânio em níveis considerados preocupantes.
A situação acende o alerta na comunidade internacional, que acompanha com atenção os próximos passos do programa nuclear iraniano em meio à instabilidade geopolítica no Oriente Médio.
Leia mais: Lula lança o Plano Safra 2025/2026
Comentar