Na noite da última terça-feira (20), uma mãe esperou por quase três horas para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula, em Ponta Grossa, enquanto sua filha, de 8 anos e 5 meses, apresentava sintomas preocupantes, como vômito, febre, calafrios e fraqueza.
Segundo a mãe, ela chegou à unidade às 17h13 e só foi atendida por volta das 20h30. Durante o período de espera, a criança teria ficado deitada no banco da UPA, demonstrando sinais de mal-estar. A situação teria gerado tensão entre as mães que aguardavam atendimento para seus filhos, principalmente aquelas que questionavam o atendimento e a demora.
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Por volta de três horas de espera, a diretora da UPA teria ido até o local e levado algumas mães, incluindo a que relata o caso, para uma triagem emergencial com o médico, mas apenas para as que estavam cobrando explicações.
“Minha filha ficou deitada no banco com febre calafrios e fraqueza por mais de duas horas. Faltando 10 min para três horas de espera, veio a diretora da upa e levou a gente para dentro da upa para um médico de emergência atender. Mas levou apenas eu e mais duas mães que estávamos questionando sobre o descaso da saúde”, diz.
Ainda segundo o relato da mãe que procurou a reportagem do BnT, além da demora no atendimento, estaria faltando medicamentos básicos. Não tinha nem dipirona nem ibuprofeno pois a demanda tá grande e não tem o suficiente”. Os medicamentos mencionados foram passados pelo médico para a criança. O BnT teve acesso a toda a documentação.

A criança, conforme a mãe, segue vomitando em casa e o quadro de saúde, que inicialmente teria sido diagnosticado como resfriado. Segue vomitando em casa, sendo que ontem era só um resfriado, segundo o médico”, diz a mãe.
A reportagem do BnT entrou em contato com a UPA Santa Paula para pedir esclarecimentos em relação ao caso. Por meio de nota, a unidade afirma que, na terça-feira (20), registrou um atendimento muito acima da média e da capacidade operacional da unidade.
“Ao todo, foram atendimentos ao todo 470 pacientes ao longo do dia, sendo a capacidade operacional da unidade de 327 pacientes por dia. Devido à alta demanda e fluxo da unidade, a prioridade do atendimento é dada aos casos mais graves, sendo os menos graves atendidos posteriormente. Neste cenário, alguns pacientes não urgentes foram atendidos acima do tempo previsto nos horários de maior procura”, diz em nota.