Na última terça-feira, 18 de outubro, uma sessão da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi marcada por uma declaração controversa do ministro João Otávio de Noronha, que fez uma piada relacionada à agilidade de baianos no basquete. A afirmação ocorreu após o magistrado Raul Araújo mencionar sentir dores no joelho em decorrência da prática do esporte.
Durante o encontro, Noronha disparou: “Você já sabe, né? Baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil, que quando joga basquete, ele arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado.” O comentário rapidamente gerou reações nas redes sociais, sendo classificado como preconceituoso por diversos internautas e pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Após a piada, os demais ministros presentes riram, mas Noronha logo se retratou: “Os baianos que me perdoem, tenho uma simpatia enorme pela Bahia. Não me expulsem de lá porque eu adoro acarajé,” declarou o ministro em tom de desculpas.
Importante destacar que nenhum dos ministros da Quarta Turma é natural da Bahia. João Otávio de Noronha é originário de Três Corações, Minas Gerais; Marco Buzzi vem de Timbó, Santa Catarina; Raul Araújo é natural de Fortaleza; Maria Isabel Galloti do Rio de Janeiro; e Antonio Carlos Ferreira de São Paulo. Também estiveram presentes na sessão a secretária da Quarta Turma, Teresa Basevi, e a subprocuradora-geral da República, Maria Soares Camelo.
O governador Jerônimo Rodrigues se manifestou nas redes sociais na quarta-feira (19), expressando sua indignação diante das palavras do ministro. Ele caracterizou o comentário como “xenofobia pura” e enfatizou que essa postura não pode ser desconsiderada como uma simples piada infeliz. “É estarrecedor ouvir, em pleno 2025, uma autoridade reproduzir um estereótipo preconceituoso contra o povo baiano”, afirmou.
Rodrigues reiterou seu compromisso em defender a Bahia e seus cidadãos. “Sempre defenderei meu estado e não aceitarei que tentem reduzir a Bahia a uma visão superficial e distorcida. Nosso povo é inteligente, trabalhador, competente e dedicado. Não vamos normalizar esse tipo de discurso. Respeite a Bahia”, concluiu o governador.
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