Coluna

O gato e o balde por Renata Regis Florisbelo

Havia um gato e havia um balde, normalmente não estariam associados, não eram parceiros esperados, entretanto sempre se aproximavam em meio ao inesperado. As roupas eram lavadas, esfregadas, ensaboadas, jogadas no balde, ainda aguardavam pela boa vontade de quem lhes viesse visitar e finalizar a empreitada.

Na lavanderia mal trancada, o gato não se trancafiava, ao contrário, saía quando bem queria e sempre ironizava o infortúnio do balde, velho, dependente, sempre a aguardar que alguma gente lhe viesse movimentar. As fronhas brancas, ainda ensaboadas, ainda manchadas pela taça de vinho tinto esparramada. E quem mandou o gato espiar tudo? Ao lado da cama foi acertado em cheio quando o dono arrancou o pijama, esbarrou na taça, que produziu a mancha.

O gato, em sua andança, valsa e dança, ginga e se espreguiça, desdenha do balde, pobre infeliz que apenas porta o triz, muito longe daquilo que um dia quis.

Autoria: Renata Regis Florisbelo


Renata Regis Florisbelo

Renata Regis Florisbelo

É escritora, autora de 16 livros (o 17º já esta em trabalho de parto) e catalisadora cultural. Divulga poemas curtos, diariamente, nas redes sociais desde 2014. Tem mais de 690 textos publicados nos veículos de comunicação dos Campos Gerais, incluindo os vídeos com leituras interpretativas autorais produzidos para o BNT. É integrante da Academia de Letras dos Campos Gerais, do Centro Cultural Professor Faris Michaele (atual presidente), da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes, do Centro de Letras do Paraná e patronesse da Academia de Letras do Centro do Paraná. Encontra na arte seu nicho por onde desvelar seu melhor olhar para o mundo.

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