A partir do dia 28 deste mês, o sistema de pagamentos instantâneos Pix ganhará uma nova funcionalidade que permitirá transações por aproximação ou biometria, eliminando a necessidade de acesso ao aplicativo bancário. Essa inovação visa facilitar pagamentos, impulsionar o comércio físico e digital e concorrer com métodos tradicionais como cartões e dinheiro.
Com essa atualização, usuários poderão integrar o Pix às carteiras digitais e efetuar pagamentos apenas encostando seus dispositivos em maquininhas, semelhante ao uso de cartões de débito e crédito. Nas compras online, a finalização das transações será mais rápida, dispensando QR Codes e a função Copia e Cola do Pix.
Desde novembro do ano passado, testes vêm sendo conduzidos com um grupo restrito de participantes, incluindo grandes bancos e instituições de pagamento. Algumas maquininhas foram integradas ao projeto, permitindo que Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs) atuem como intermediários entre comerciantes e bancos.
Após o lançamento oficial, as instituições financeiras deverão aceitar transações iniciadas por ITPs. No entanto, a inclusão da funcionalidade nos aplicativos bancários e carteiras digitais será opcional para os bancos, assim como a aceitação nas maquininhas. A concorrência no setor pode estimular uma adoção mais ampla da novidade.
O Banco Central recomenda que consumidores consultem seus bancos para verificar a disponibilidade da nova função. A integração com o Google Pay já está em testes desde novembro, em parceria com instituições como C6 Bank e Itaú. Diversas maquininhas também estão sendo preparadas para processar pagamentos via Pix por aproximação.
Por outro lado, a Apple ainda não demonstrou interesse em adotar essa funcionalidade em seus dispositivos e não está registrada como iniciadora de pagamentos no Brasil.
Para garantir segurança, será necessário cadastrar previamente as chaves Pix nas carteiras digitais ou aplicativos de lojas. Cada transação exigirá autenticação via biometria ou reconhecimento facial, acrescentando uma camada extra de proteção contra fraudes.
O Pix por biometria deve aprimorar a segurança tanto em transações presenciais quanto digitais. Segundo Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), essa inovação pode ajudar a reduzir fraudes no sistema.
Natacha Litvinov, líder de Parcerias de Pagamentos do Google Pay, destaca que a funcionalidade trará mais comodidade para pagamentos online e transferências entre usuários, sendo um dos fatores mais valorizados pelos consumidores.
A expectativa é que essa atualização amplie o uso do Pix em transações comerciais. Atualmente, o Pix é o método preferido dos brasileiros para transferências entre pessoas, mas ainda enfrenta desafios de aceitação no varejo devido às múltiplas etapas exigidas para concluir uma compra.
O Banco Central ressalta que os pagamentos por aproximação já são amplamente utilizados no Brasil e acredita que essa nova funcionalidade reforçará a presença do Pix no mercado. Dados indicam que essa modalidade representava 65% das transações presenciais até setembro de 2024.
Além disso, estima-se que o novo recurso aumentará significativamente a taxa de sucesso das transações via ITPs. Durante os testes realizados até janeiro deste ano, 96% das operações iniciadas pelo Google Pay em parceria com o Itaú foram concluídas com êxito.
A adesão ao pagamento por aproximação deve ser financeiramente vantajosa para comerciantes, uma vez que as taxas cobradas são inferiores às dos cartões de crédito. Esse fator pode incentivar lojistas a oferecer descontos para pagamentos via Pix.
Especialistas acreditam que essa evolução tecnológica levará à redução do uso de dinheiro e cartões físicos nas transações diárias, consolidando o Pix como uma das principais opções de pagamento no Brasil.
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