O Paraná recebeu 377.237 pessoas vindas de outros estados e países, consolidando-se como um dos principais destinos de migração no Brasil, entre 2017 e 2022, o, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 327.943 migraram de outros estados brasileiros, enquanto 49.294 vieram de 71 países diferentes.
No mesmo período, 242.898 paranaenses deixaram o estado para viver em outras regiões do país, o que resultou em um saldo migratório interno positivo de 85.045 pessoas, o quinto maior entre todas as unidades da federação. A taxa líquida de migração, que relaciona esse saldo à população total, foi de 0,74%, o que indica impacto positivo no crescimento demográfico do estado.
Principais origens e destinos
A maior parte dos migrantes internos veio de São Paulo (105.546), Santa Catarina (55.870), Rio Grande do Sul (16.713), Mato Grosso do Sul (15.956) e Rio de Janeiro (15.064). Já entre os paranaenses que saíram do estado, os principais destinos foram Santa Catarina (96.110), São Paulo (61.568), Mato Grosso (14.944) e Rio Grande do Sul (13.781).
Houve também movimento para outras regiões do país, com destaque para Minas Gerais, Goiás, Bahia, Rondônia e Pará, refletindo a diversidade das rotas migratórias nacionais.
Migração internacional
Entre os estrangeiros que chegaram ao Paraná nos últimos cinco anos, a maioria é originária da América Latina. Os venezuelanos lideram com 22.125 residentes, seguidos por paraguaios (7.709), haitianos (3.971), argentinos (1.787) e colombianos (1.155). Também há presença significativa de peruanos, bolivianos, chilenos, cubanos e uruguaios.
A diversidade migratória vai além da América do Sul. O estado abriga ainda norte-americanos (2.003 dos EUA e 234 do Canadá), europeus como portugueses (1.155), britânicos (782), italianos (553) e espanhóis (521), além de asiáticos — com destaque para japoneses (1.209) e chineses (236). Cidadãos do Líbano, Austrália e outros países da Oceania também foram registrados.
Naturalizações e acolhimento
O Paraná também é destaque nacional no número de naturalizações. De acordo com o IBGE, 32.394 estrangeiros se naturalizaram brasileiros e fixaram residência no estado, o segundo maior número do país, atrás apenas de São Paulo (72.317). Esse grupo não está incluído na contagem de imigrantes estrangeiros não naturalizados e reflete o grau de integração das populações migrantes ao território paranaense.
O levantamento reforça o papel do Paraná como espaço de acolhimento e oportunidades para quem busca recomeçar a vida.
Políticas públicas e inclusão
Nos últimos anos, o Paraná vem investindo em políticas públicas voltadas à população migrante. Na última semana, o estado firmou um acordo de cooperação com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, para aprimorar ações de acolhimento, inclusão social e garantia de direitos.
Também foi criada a Superintendência de Governança Migratória, ligada à Secretaria da Justiça e Cidadania. O órgão coordena o Centro Estadual de Informações para Migrantes, Refugiados e Apátridas (CEIM), sediado em Curitiba, e atua na integração social, cultural e econômica dessas populações.
A rede estadual de ensino atende atualmente mais de 15 mil estudantes estrangeiros, com suporte pedagógico adaptado às realidades culturais e linguísticas, garantindo acesso à educação e reforçando o compromisso com a inclusão e a formação cidadã.
Destaque nacional
Com cerca de 10,8% de todos os imigrantes estrangeiros não naturalizados do país, o Paraná ocupa a quarta posição nacional em número absoluto de migrantes internacionais recebidos no período, atrás apenas de São Paulo, Roraima e Santa Catarina.
O Censo confirma a atratividade do Paraná e sua capacidade de acolher, integrar e oferecer condições dignas para novos moradores, brasileiros e estrangeiros, que buscam oportunidades de vida e trabalho.
Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE, que traz um retrato atualizado da movimentação populacional no Brasil. A amostra inclui informações sobre migração interna e internacional, além de impactos sociais e demográficos dos fluxos migratórios no país.
Com supervisão de Marcos Silva.
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