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PG 200 | Como a lenda de um tesouro escondido e uma traição deram origem a Vila Velha

Você conhece a lenda indígena sobre a origem do maior cartão postal de Ponta Grossa? A série de reportagens dos 200 anos de Ponta Grossa te conta sobre

Sem dúvidas, o ponto turístico mais conhecido de Ponta Grossa é a Vila Velha. Cartão postal da cidade, os arenitos localizados na Escarpa Devoniana surgiram há mais de 300 milhões de anos, após o mar que inundava a nossa atual região, recuar e o local sofrer alterações climáticas.

Mas você sabia que também há uma lenda por trás das famosas pedras? O especial dos 200 anos de Ponta Grossa produzido pelo portal Boca no Trombone te conta mais.

A lenda

Onde hoje se encontra a Vila Velha, haveria sido habitada por antigos indígenas. O local era chamado de Itacueretaba,que significa “cidade extinta de pedras”. Este recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama, “terra dos homens”, onde esconderiam o precioso tesouro Itainhareru.

A Vila Velha detinha a proteção de Tupã (Deus), e era cuidadosamente vigiado pelos apiabas, guerreiros que eram escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos. Os apiabas desfrutavam de todas as regalias, porém, era-lhes vedado o contato com as mulheres.

A tradição dizia que as mulheres, estando em posse do segredo de sua terra (o tesouro), o espalhariam como fofoca, o que poderia chegar aos ouvidos dos inimigos e estes roubariam o tesouro para si. Se o tesouro fosse perdido, Tupã deixaria de proteger o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças.

Dhui (Luís), era o chefe supremo dos apiabas, contudo, não desejava seguir este destino, pois se tratava de um mulherengo. As tribos rivais, ao terem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga, para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro.

A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Em um determinado dia, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri (licor de butiás) para embebedá-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração, e a jovem não conseguindo assim completar a traição. 

Ela decidiu então, tomar a bebida junto com seu amado, e os dois se amaram à sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição de seu guerreiro e, furioso, provocou um terremoto sobre toda a região.

A antiga planície foi transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama transformou-se em pedra, o solo rasgou-se em alguns pontos, dando origem às Furnas e o precioso tesouro fora derretido formando a Lagoa Dourada.

Os dois amantes ficaram petrificados e entre os dois, a famosa pedra da Taça ficou como símbolo da traição.  A lenda foi perpetuada durante toda a história e segue viva até hoje, sendo contada como a origem do maior símbolo de Ponta Grossa, que completa 200 anos no próximo dia 15.

Com informações da Prefeitura Municipal

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Carlos Solek

Carlos Solek

Castrense, formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2020-2023). Atua no portal BNT desde setembro de 2022.

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