O mês de maio é marcado por campanhas de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes em todo o Brasil. Em Ponta Grossa, as ações são intensificadas com palestras, debates e campanhas educativas, visando conscientizar a população sobre a importância da denúncia e da prevenção.
A delegada Ana Paula Cunha Carvalho, chefe do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), destaca que, embora maio seja um mês de maior mobilização, o trabalho de prevenção e combate aos crimes sexuais acontece durante o ano todo. “A gente só intensifica agora as ações preventivas, palestras, mas continuamos trabalhando durante todo o ano com essa questão”, afirma.
Denúncias em alta
Em comparação ao ano passado, houve um aumento no número de denúncias de abuso sexual infantil na cidade. Para a delegada, o crescimento dos registros não é necessariamente negativo, pois indica que mais pessoas estão denunciando. “O que realmente preocupa é a subnotificação, ou seja, casos que não chegam ao conhecimento das autoridades”, explica Ana Paula.
Segundo a delegada, os abusos geralmente são cometidos por pessoas próximas das vítimas, o que dificulta a denúncia. Além disso, muitas crianças não reconhecem a violência sofrida ou têm medo de denunciar por conta de ameaças do próprio agressor. “É comum que o abusador ameace a vítima, dizendo que ninguém acreditará nela ou que algo pior pode acontecer com seus familiares”, relata.
Orientação aos pais e responsáveis
Ana Paula reforça a importância de os pais acreditarem no relato dos filhos e procurarem ajuda imediatamente. “Se a criança relata um crime dessa gravidade, é porque ela já não está mais suportando a situação. Na dúvida, denuncie sempre”, orienta.
O Nucria de Ponta Grossa tem investido também em ações educativas nas escolas, como palestras do PROERD, para ajudar as crianças a identificarem situações de abuso e denunciarem. “O importante é que os pais estejam atentos e prontos para ouvir os filhos, sem julgá-los”, afirma a delegada.
Como denunciar
A denúncia pode ser feita diretamente na delegacia mais próxima, pelo Disque 100 ou através dos canais de atendimento do Nucria. A delegada lembra que as autoridades têm a responsabilidade de investigar os casos e garantir a proteção das vítimas.
Ações preventivas, como campanhas educativas e ações policiais, têm se mostrado fundamentais no combate à exploração sexual infantil, mas a participação ativa da comunidade é essencial para reduzir os índices desse crime.
LEIA TAMBÉM: Polícia Civil intensifica ações contra exploração sexual infantil em maio