Os quatro policiais que perderam a vida durante a megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28), começaram a ser enterrados na quarta-feira (29) sob forte comoção. O governador Cláudio Castro (PL) confirmou que todos serão promovidos postumamente, em reconhecimento ao ato de bravura no combate ao crime organizado.
“Foram mortos por narcoterroristas durante um dia histórico de enfrentamento ao crime. Como forma de reconhecimento e respeito, todos serão promovidos”, declarou o governador em nota oficial.
Heróis em farda
Entre os mortos, estavam dois policiais civis e dois sargentos do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Todos foram alvejados em confronto direto com criminosos fortemente armados.
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Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, era da Polícia Civil e havia sido recém-promovido a comissário. Integrava os quadros da corporação desde 1999 e chefiava o setor de investigações do 53º DP, em Mesquita. Baleado na cabeça, morreu ainda pela manhã.
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Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, também da Polícia Civil, estava há apenas 40 dias na corporação. Ele atuava no 39º DP, na Pavuna. Foi atingido por um tiro na nuca e deixou esposa e filha.
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Os sargentos do BOPE Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, e Cleiton Serafim Gonçalves, de 42, também tombaram em combate. Heber era especialista em tiro de precisão, enquanto Cleiton atuava na linha de frente com apoio tático. Ambos eram casados e deixam filhos.
Luto e reconhecimento
O corpo de Marcus Vinícius foi sepultado no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. Já o velório de Rodrigo Velloso ocorreu no Memorial do Rio, em Cordovil, com enterro previsto para às 16h. Os detalhes sobre o sepultamento dos sargentos do BOPE ainda não foram divulgados.
Em tom emocionado, a esposa de Rodrigo, Rosi Cabral, desabafou: “Hoje, a dor da sua ausência é imensurável e nos rasga a alma. Preciso encontrar forças para te dizer adeus e honrar a memória de quem você foi: um herói em sua profissão e um gigante em nossa vida.”
Nas redes sociais, o delegado Marcus Vinícius lamentou: “Perdi um grande amigo nessa operação, o nosso ‘Máscara’. A única coisa que podemos fazer por eles é não parar.”
Estado reafirma compromisso com as famílias
Durante coletiva, Cláudio Castro reafirmou que o Estado vai amparar integralmente os familiares dos agentes. “São verdadeiras vítimas. Fizeram o que poucos teriam coragem de fazer: enfrentar o terror que assola comunidades”, disse o governador.
A Operação Contenção, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, continua a gerar repercussão em todo o país. O saldo, até o momento, é de mais de 120 criminosos mortos e centenas de armas, drogas e equipamentos apreendidos.
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