Orações que protegem, acalmam e trazem as esperanças de que tudo se resolva. Ele sempre rezava, aprendeu desde menino, pai e mãe que ensinavam. – Filho, faça assim – dizia sua mãe – junte as duas mãos, feche os olhos e pense no seu anjo. Peça para ele lhe proteger!
O menino foi crescendo, não juntava mais as mãos, não pedia mais em voz alta. Concentrado ele rezava sim. Todas as noites, antes de dormir, ele sutilmente mal movia os lábios na frágil oração pedindo por proteção, por um futuro que não fosse severo demais. Os lábios quase sem cor, na aparente serenidade, um dia, mencionou à amada que por ela rezava e por outras pessoas queridas também, todos os santos e não santos dias.
Ventos que sopram em todas as direções e também se revolvem mudando as mesmas não imutáveis direções e seus lábios fracos soltaram palavras de adeus no amor à amada que não mais amou. Na lista de intenções das orações, a mulher se dissipou.
A velha mãezinha se ainda fosse viva recomendaria:
– Filho, pode deixar de amar, mas não precisa deixar de, pela mulher, rezar…
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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