E o tempo parou! Naquele instante tudo ficou mais lento, calmo e sereno, até o maior instinto da nossa carne em nossos corpos suados cedeu ao olhar de deus naquela hora.
Ao avesso ficamos, como se todo o globo naquele instante de amor puro parasse, nada do que vivemos até então pode ser comparado e pouco do tudo pode ser tão lindo como esse milésimo de segundo retratado como numa pintura, momento esse único e sublime tanto quanto assustador pelo inevitável tic tac.
Na penumbra da lua mais fina das fases entrelaçaram-se os braços e o coração fundindo-se em um ser apenas, respiração ofegante da dúvida do amanhã, deu lugar à maravilhosa sensação dos ventos das asas dos anjos pairando a bênção divina do momento.
Restou fecharmos os olhos e sentir que entre todos os afazeres divinos nos foi concedido um olhar.
E com tremor na voz pelo nó na garganta choramos um choro de que todas as dificuldades e atribuições serão vencidas com empurrão celestial, dali em diante o amor seria maduro e pleno como nuvens, que do alto do céu mandam chuvas tão preciosas para florescer a mais linda flor e deixar o mais vazio dos homens chateado por estar incrivelmente banhado pelas lágrimas do céu.
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