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Camila Cenci explica como harmonizar comida e vinho

Camila Cenci explica como harmonizar comida e vinho
Camila Cenci explica como harmonizar comida e vinho
Vinho ficou entre as bebidas preferidas dos brasileiros na Páscoa; Camila Cenci explica o que considerar na harmonização e traz combinações de vinhos e pratos para exemplificar

Cada dia mais, o vinho passa a fazer parte da mesa dos brasileiros, tanto no dia a dia quanto em datas especiais. Prova disso, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) demonstrou que a bebida alcoólica, produzida a partir da fermentação do sumo da uva, ficou entre as opções de bebidas preferidas dos consumidores na Páscoa deste ano.

De acordo com o levantamento, realizado em fevereiro, mais de 40% do consumo previsto para a Páscoa de 2024 ficou dividido em vinho importado (14,4%), refrigerante (14,3%) e cerveja (14,3%). O balanço ainda mostra que suco (13,1%) e vinho nacional (11,9%) também constaram na lista de itens a serem mais buscados na celebração.

Segundo a empresária e especialista em liderança e inovação no setor de agronegócio Camila Cenci, há uma série de critérios que devem ser levados em conta na harmonização de comida e vinho, a começar pelo equilíbrio da intensidade entre a bebida e a comida: “A intensidade de sabor e corpo do vinho deve estar em equilíbrio com a intensidade do prato. O sabor do vinho deve ser igual ou mais pronunciado que o sabor da comida”.

Camila Cenci é sócia-fundadora de três empresas, incluindo uma vinícola em construção chamada Bodega Dom Valentin, localizada no Distrito Federal, e possui formação em gestão de pessoas e negócios. Além disso, é agrônoma, atua há mais de quatorze anos no agronegócio e possui qualificação na Wine & Spirit Education Trust (WSET).

De acordo com a especialista Camila Cenci, também é possível fazer a harmonização por semelhança ou contraste. Nesse caso, as harmonizações podem ser realizadas tanto por semelhança, quanto por contraste.

“Por semelhança, busca-se combinar características similares entre o vinho e o prato, como um vinho encorpado com um prato de textura igualmente cremosa”, explica Camila Cenci. “Por contraste, equilibram-se características opostas, como um vinho doce com um prato salgado ou picante”, complementa.

A agrônoma também destaca que a acidez do vinho combina bem com a gordura vegetal de um prato. Isso porque vinhos com alta acidez são indicados para pratos gordurosos como risotos e frituras ou que também contenham alta acidez, como saladas com vinagre na composição do molho.

“Já os taninos, presentes principalmente nos vinhos tintos, interagem bem com as proteínas e gordura animal, especialmente em carnes vermelhas”, afirma Camila Cenci.

Na visão da empresária, em harmonização com sobremesas e pratos doces, vale deixar que o vinho tenha um nível de doçura igual ou superior ao do prato, o que evita que a bebida pareça amarga em comparação com a doçura do alimento.

Quanto ao teor alcoólico, Camila Cenci alerta que o álcool do vinho pode aumentar a sensação de calor e picância nos pratos. “Pratos picantes, por exemplo, podem se tornar mais ardentes quando acompanhados de vinhos com alto teor alcoólico”, ressalta.

Combinações podem ser comuns ou inusitadas

Segundo Camila Cenci, é possível destacar alguns exemplos de harmonização de pratos com tipos específicos de vinho que vão dos mais comuns aos mais “sui generis” (inusitadas):

Mais comuns:

  1. Carne vermelha e vinho tinto encorpado. Exemplo: filé mignon ao molho Demi-glace com Cabernet Sauvignon ou Malbec;
  2. Frituras com Chardonnay ou espumante. Exemplo: camarão ao panko frito com Chardonnay;
  3. Risoto com cogumelos com Pinot Noir.

Harmonizações sui generis:

  1. Comida salgada e picante com vinho doce. Exemplo: queijos azuis com Sauternes;
  2. Patês e terrines com vinho laranja;
  3. Sushis e sashimis com vinhos espumantes Brut;
  4. Feijoada com vinhos espumantes Brut.

Para a especialista em liderança e inovação no setor de agronegócio, é importante ressaltar que quem escolhe o vinho é o seu convidado ou a sua preferência de paladar.

“Ou seja, não queira fazer uma pessoa que não gosta de vinhos brancos tomar vinho branco a todo custo porque é o que mais harmoniza com o prato que você vai servir”, aconselha Camila Cenci. “Cada pessoa possui preferências pessoais e uma sensibilidade diferente para acidez, taninos, aromas e sabores”, conclui.

Para mais informações, basta acessar: https://camilacenci.com.br/


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