O advogado Yuri Kozan, responsável pela defesa do jovem preso em Ponta Grossa por suspeita de apologia ao nazismo e incitação à violência, concedeu entrevista ao programa Plantão 192 e afirmou que o caso deve ser tratado com a devida proporção. Segundo ele, o caso foi uma “brincadeira sem graça” e não há elementos que sustentem a acusação de terrorismo.
“Eu posso chamar isso aqui de um humor negro. Agora, quando a polícia vê essas postagens, né? Inclusive a delegacia de crimes cibernéticos que fez um bom trabalho, detectou essas postagens assustadoras num perfil, vinculou o perfil, a pessoa foi na residência e efetuando as buscas, procurando o quê? Que que a polícia queria encontrar? As armas do suposto atentado. Pois o próprio perfil disse que já tinha adquirido, né?”, declarou Kozan.
Leia mais: Após liberação, CCR PRvias tem 30 dias para iniciar atividades nas rodovias do Lote 3
Segundo o advogado, nenhuma arma ou material que pudesse indicar um atentado foi encontrado na residência do jovem. “Já estava preparado para fazer isso e não tinha nada. Graças a Deus, não tinha nada. Ou seja, era mentira. Era falso. Brincadeira sem graça, né? Convenhamos. Mas aí a gente tem que saber diferenciar o que que é uma brincadeira sem graça de um ato de terrorismo sério”, disse.
O defensor reconheceu que a conduta do rapaz foi reprovável, mas reforçou que não se trata de um ato terrorista. “Eu tenho um terrorista de verdade aqui? Não. Mas eu tenho um péssimo gosto, uma brincadeira sem graça e algo que merece algum tipo de censura, com certeza. Mas não é a mesma coisa que um terrorista internacional, igual alguns já tavam falando”, afirmou.
Kozan também criticou propostas mais severas de punição: “Não, vamos colocar ele num presídio de segurança máxima. Calma, calma. Não tinha nenhum material que pudesse viabilizar materialmente um atentado. Graças a Deus”.
Investigação
A Polícia Civil do Paraná, por meio da Delegacia de Crimes Cibernéticos, foi responsável pela investigação que resultou na prisão do suspeito, na última quarta-feira (07).
De acordo com a investigação, o rapaz vinha publicando conteúdos em redes sociais que exaltavam símbolos nazistas, faziam culto a figuras como Adolf Hitler e demonstravam admiração por autores de atentados em massa. Veja detalhes clicando aqui.