No sinaleiro de todo dia, esperando o vermelho amadurecer e me deixar passar. Foi quando apareceu um homem de ar sério em passos decididos. Usava uma camisa com logomarca discreta estampada, impossível ler. É claro que ele se dirigia ao trabalho.
São tantos que, normalmente, nenhum chama a atenção. Entretanto, nenhum outro jamais cruzou o meu caminho antes portando uma caixa de sapatos. Sim, Sapatos? Óbvio demais! Qualquer homem que se preze em manter certo mistério jamais seria tão óbvio em carregar sapatos numa caixa de sapatos! Não pode ser! Livros? Não, não caberiam muitos! Documentos? Remédios? Frutas para um lanchinho?
Talvez eu tenha que fazer uma enquete entre os expectadores: “O que vocês carregariam numa caixa de sapatos”? Hum, ouvi “sapatos”? E se ele fosse vendedor de sapatos? A logomarca poderia revelar. Tanta reflexão me tirou o sossego quando ponderei que estaria eu invadindo a caixa da privacidade alheia, contendo sapatos ou não…
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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