Abriram na última semana as exposições “Frontões e gabletes ponta-grossenses: fragmentos da história arquitetônica” e “PG Gravada”, na Galeria e no Espaço de Recitais da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Proex-UEPG). Ambas as mostras destacam a arquitetura de Ponta Grossa, cada uma por meio de uma técnica diferente.
“Frontões e gabletes ponta-grossenses: fragmentos da história arquitetônica” ocupa a Galeria da Proex e reúne 20 fotografias em preto e branco que retratam os detalhes superiores das fachadas de prédios históricos de Ponta Grossa. Para Carlos Mendes Fontes Neto, autor das fotografias, a exposição caracteriza a identidade da cidade, além de apresentar edificações históricas e exemplares de arquitetura de relevância. “Eu atravesso uma parte do centro e aquele cenário que eu tô vendo, aquelas fachadas identificam o lugar que eu vivo e as pessoas que construíram a cidade. Para mim, é a cidade viva, mesmo em construções antigas”, pensa.
As fotografias foram captadas no formato analógico e digital, em um período de quase 20 anos, no qual algumas das edificações que compõem a mostra foram demolidas. “Quando elas desaparecem, um pouco de nós desaparece junto, né? A maneira de chamar atenção, provocar que as pessoas olhem para cima e percebam seu entorno foi com essas fotografias”, complementa. Também presente na exposição está a planta arquitetônica de uma fachada, um glossário de termos da arquitetura e um mapa que indica a localização de cada um dos edifícios retratados pela exposição. A mostra tem curadoria de Jeanine Mafra.
Exposta no Espaço de Recitais, “PG Gravada” é composta por peças feitas na disciplina de Gravura durante 2023, ofertada no 2º ano do curso de Licenciatura em Artes Visuais. “Dentro da disciplina, fizemos gravuras em vários materiais e a temática para linóleo foi edifícios tombados”, explica Isabela Barbosa Caillot, atualmente acadêmica do 3º ano de Artes Visuais e uma das artistas que compõem a mostra. A turma saiu por Ponta Grossa em busca dos prédios. “O que me chamou atenção foi um detalhe na sede histórica do Diário dos Campos: o chão da entrada para o segundo piso”, continua.
A peça de Isabela retrata os rasgos que uma porta fez no revestimento de linóleo do chão. Esses rasgos revelam o piso quadriculado original do prédio. “É uma analogia, o material que usamos para a gravura, o linóleo geralmente é usado para o chão de edifícios”, reflete. Na mostra, estão em exposição reproduções em papel feitas a partir das matrizes de linóleo. “PG Gravada” tem curadoria de Nelson Silva e é assinada pelo Coletivo Janela, composto por Alanis Oliveira, Ana Alice Wendt, Camile Sandrino, Emanueli Machado Flores, Gabriella Goles Furda, Guilherme Gerlinger Striquer, Isabele Bassani Cambui de Melo, Isabella Barbosa Caillot, Kamila Premebida Ferreira, Letícia dos Santos Rodrigues, Patricia Camera, Tayna Mello Pereira, Thainá Wille Martins e Thays Almeida de Souza.
“As duas exposições se conversam”, detalha a chefe da Divisão de Arte e Cultura da Proex-UEPG, Patricia Camera. “A ideia de ambas mostras é trazer a importância do pertencimento à cidade e de preservação material desses imóveis, mas também da nossa memória”, frisa. A Galeria e o Espaço de Recitais ficam na sede da Proex, na Praça Marechal Floriano Peixoto, nº 129. A entrada é gratuita e a visitação pode ser feita de segunda a sexta das 08h30 às 11h30 e das 13h30 às 19h30. Atividades de mediação guiada ou visitações em grupo podem ser agendadas pelo email [email protected]. Ambas exposições ficam em cartaz até 17 de maio.
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