Moradores da comunidade quilombola Colônia Sutil, em Ponta Grossa, enfrentam um cenário alarmante de falta de água desde o início de 2023, e buscam ajuda através do portal BNT para chamar atenção ao problema. Após inúmeros protocolos gerados na Sanepar, responsável pelo abastecimento na cidade, e até mesmo abaixo-assinados, a situação persiste.
De acordo com os residentes, a comunidade está sem o fornecimento de água potável desde o início de 2023 e, além disso, relatam que entraram em contato com a Sanepar pedindo por uma solução, mas a resposta foi de que uma bomba de água estava defeituosa. Um reparo foi feito, porém o problema persiste.
Ainda, segundo os moradores, a Sanepar disponibilizou, por vezes, um caminhão-pipa para resolver momentaneamente o problema de falta de água na localidade, mas o recurso é insuficiente já que a comunidade de moradores é grande e a quantia de água não é suficiente para abastecer as necessidades de todos.
No começo de 2023 foi criado um abaixo-assinado com a comunidade e encaminhado até a prefeitura pedindo a reforma do sistema de abastecimento de água da região, mas nada foi feito e nesse meio tempo a bomba de água não suportou a capacidade e acabou estragando novamente.
SITUAÇÃO DE CALAMIDADE PÚBLICA
Os residentes da Colônia Sutil que precisam de água para realizar tarefas cotidianas como lavar a louça, tomar um banho ou fazer comida, hoje precisam ir até um pequeno córrego de água, que passa ao lado de uma estrada rural, para coletar a quantia que precisam. A água não é purificada nem tratada, mas é o único jeito que encontraram de não ficar sem água.
Um vídeo enviado pelos moradores ao portal BNT revela a difícil realidade, mostrando uma idosa de 83 anos coletando água do córrego, com coloração marrom por conta do barro, para atender as necessidades. Atualmente, a comunidade recebe abastecimento do caminhão-pipa apenas duas vezes por semana. Assista abaixo:
Além da falta de água, um dos moradores contou ao portal BNT que o reservatório de água da Colônia é uma construção antiga, feita com ferro e nunca foi modernizado, situação essa que pode gerar ainda mais problemas já que as partes internas começaram a enferrujar e com isso, quando os caminhões-pipa abastecem o reservatório, é quase impossível de utilizar a água que sai das torneiras com pedaços de ferrugem.
E A SANEPAR?
Em resposta ao portal Boca no Trombone, a Sanepar negou atender diretamente a Colônia Sutil, mas afirmou fornecer caminhões-pipa a pedido da prefeitura.
Enquanto isso, a prefeitura de Ponta Grossa respondeu ao BNT, anunciando planos para ampliar a rede de distribuição de água em localidades rurais, incluindo a Colônia Sutil. “A Prefeitura de Ponta Grossa informa que vai ampliar a rede de distribuição de água em localidades da zona rural. As obras serão realizadas com recursos oriundos da Itaipu Binacional. Ao todo serão implantadas três novas redes de abastecimento em três poços artesianos em comunidades localizadas em Itaiacoca e Guaragi. As obras vão atender as localidades de Sete Saltos de Baixo, em Itaiacoca; além da Colônia Sutil e o Quilombo Santa Cruz, em Guaragi.”
Quanto ao reservatório enferrujado, a prefeitura explicou que “através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está iniciando o processo licitatório para a reforma de todo o sistema de abastecimento de água do Sutil. Enquanto isso, a Sanepar está atendendo a comunidade com o uso de caminhões pipas, por solicitação da prefeitura”
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