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MPF denuncia 13 ex-executivos das Americanas por fraudes de quase R$ 25 bilhões

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Bruno Peres/Agência Brasil
A denúncia formalizada revela a existência de uma organização criminosa, supostamente liderada pelo ex-CEO Miguel Gutierrez.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, nesta segunda-feira (31), uma denúncia contra 13 ex-executivos do Grupo Americanas, envolvidos em um esquema de fraudes que gerou um desvio de aproximadamente R$ 25 bilhões, levando a empresa a solicitar recuperação judicial. O caso está sob análise da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

A denúncia revela a existência de uma organização criminosa, supostamente liderada pelo ex-CEO Miguel Gutierrez. Ele é acusado de ser o arquétipo de um conjunto de práticas contábeis fraudulentas que inflaram artificialmente os lucros da empresa e manipularam o valor das suas ações no mercado financeiro.

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Além de Gutierrez, também foram denunciados Anna Saicali, ex-CEO da B2W e responsável pela divisão digital do grupo, e dois vice-presidentes, Timotheo Barros e Marcio Cruz. Outros diretores mencionados na denúncia incluem Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto Saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira.

De acordo com a acusação, Gutierrez, que dedicou três décadas à Americanas e liderou a companhia por vinte anos, foi o principal responsável por arquitetar e implementar as fraudes, exercendo influência sobre os demais executivos.

A documentação apresentada pelo MPF aponta que a manipulação dos balanços contábeis permitiu ao grupo inflar artificialmente o valor das ações do Grupo Americanas e da B2W na bolsa de valores. Tal prática tinha como objetivo lucrar com a negociação desses ativos, ocasionando prejuízos a credores e acionistas.

As investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) indicam que o esquema funcionou desde fevereiro de 2016 até dezembro de 2022, quando Gutierrez deixou a liderança da empresa. Antes do escândalo se tornar público, ele havia viajado para a Espanha, país onde possui cidadania. Embora tenha sido detido temporariamente na Espanha, foi liberado após prestar depoimento e concordar em entregar seu passaporte.

O MPF anexou evidências à denúncia que incluem e-mails, mensagens entre os acusados e documentos que demonstram discrepâncias entre a contabilidade real e a maquiada — supostamente conhecidas por Gutierrez e outros membros do grupo. Conversas via WhatsApp revelam discussões sobre estratégias para evitar a detecção das fraudes durante auditorias. Além disso, três dos denunciados firmaram acordos de colaboração premiada nos quais detalham o funcionamento do esquema criminoso.

A manipulação contábil envolveu práticas como classificar operações de crédito para pagamento a fornecedores como receitas imediatas.

O escândalo financeiro relacionado ao Grupo Americanas foi revelado em 11 de janeiro de 2023. Este episódio ocorreu logo após uma troca na liderança da companhia e quando a mesma informou ao mercado ter encontrado “inconsistências nos lançamentos contábeis”. O impacto da descoberta levou Sergio Rial, que havia assumido o cargo de CEO no lugar de Gutierrez, a renunciar menos de dez dias após sua nomeação. Na sequência desse tumulto, as ações da empresa perderam mais de R$ 70 bilhões em valor.

Pouco tempo depois dessa situação crítica, o Grupo Americanas protocolou um pedido formal de recuperação judicial. O plano para reestruturar as operações da companhia foi homologado em fevereiro do ano passado após rejeições em assembleias anteriores com acionistas e credores.

No plano homologado pela Justiça, o Grupo Americanas reconheceu dívidas que ultrapassam R$ 50 bilhões, abrangendo mais de 9 mil credores. Dentre os principais credores estão instituições financeiras como Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander, que têm direito a 35% deste montante; além disso, há uma dívida trabalhista superior a R$ 89 milhões.

*Com informações da Agência Brasil 

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