Foram esses corredores gélidos que ouviram proferir o mais profundo pedido de perdão, os mais sinceros eu te amo e dali saíram melhores e sábios conselhos… “filho, o mundo há de tentar te persuadir, mas não recue ante a nada”.
Foi desses corredores que partiu o mais doído adeus, gerou o mais amargo arrependimento ou a promessa mais genuína de mudança, ali a ovelha negra da família se fez e mostrou ser a mais feroz cuidadora, onde também alguns patriarcas e matriarcas de prole numerosa se viram sozinhos.
Nesses corredores, o tempo não passa, o sono não vem ou a soneca em pé é humanamente viável e bem vinda, por incrível que pareça. É ali que as lembranças da vida se revigoram querendo ser revividas, e nesse infortúnio o desconhecido, vira guardião do seu bem mais precioso e amizades são alinhavadas para sempre.
É ali onde o futuro pode não existir, onde a dor física é superada pela expectativa em um papel de resultado, e, ao sair dali e sentir o sol tocar novamente a pele, você poderá até ter esquecido da promessa, mas o hospital o terá de volta e estará firme na missão de lhe mostrar que a vida deve ser vivida a cada instante presente, antes que o frio de uma mesa de mármore esquente seu último momento na claridade da vida.