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POLÊMICA: Artista curitibana acusa plágio em obra do bicentenário de Ponta Grossa

Artista afirmou que o escultor usou de sua técnica artística para produzir a obra. O escultor se defende dizendo que a escultura foi criada de forma autoral.

A artista curitibana Elizabeth Bastos Dias Titton está levantando alegações de plágio contra o escultor João Moro, responsável pela escultura denominada ‘Revoada’, comemorativa do bicentenário de Ponta Grossa. Segundo apuração do portal Boca no Trombone, a obra foi encomendada pela prefeitura com propósito de homenagear os 200 anos do município.

A escultura está localizada na Avenida Dom Geraldo Pellanda no bairro Uvaranas, próximo à sede Auxiliadora do Colégio Sagrada Família e foi entregue mediante cerimônia em setembro.

De acordo com o ofício, o valor total pago pela obra foi de R$140 mil. O documento de contratação da obra foi assinado pelo secretário municipal de cultura, Alberto Portugal e pela prefeita Elizabeth Schmidt. A escultura tem 5 metros de altura e foi produzida utilizando técnica de aço corte a laser, liga de aço e carbono.

De acordo com o ofício, a justificativa para a escolha de João Moro foi por conta de sua experiência profissional de mais de 30 anos de atuação nas artes visuais e reconhecido nacionalmente com obras de arte por todo o país.

O que diz a artista

Elizabeth falou com o portal Boca no Trombone sobre o caso e afirmou que o escultor usou de sua técnica artística, que é como a assinatura do escultor, para produzir a obra do bicentenário. Ela defende que usa uma técnica específica para criar suas obras, com base em seus livros, publicações, entrevistas e que a linguagem utilizada por João Moro é comprovadamente copiada. “Sou escultora há 40 anos, tenho obras em todos os museus de arte de Curitiba, há 20 me dedico exclusivamente a essa linguagem, a do aço enferrujado cortado a laser com pássaros e outras formas vazadas, com pássaros, nuvens, estrelas no topo das obras”, disse.

“Não posso de modo algum deixar que alguém me tire a alma, o meu DNA artístico, a maneira como sou conhecida e reconhecida pela minha obra”, reforça a artista. Até o momento não existe nenhum processo judicial correndo contra João Moro, porém ambos os artistas se manifestaram nas redes sociais sobre o assunto.

Elizabeth reforça ainda seu papel dedicado às belas artes durante seus 40 anos de carreira. “Ganhei concurso público para fazer a obra de 50 anos da Sanepar, mas nunca me auto aclamei artista. Trabalhei duro para firmar a minha linguagem, fui professora concursada da Escola de Música e Belas Artes do Paraná por 16 anos”, disse.

O que diz o escultor

O portal Boca no Trombone tentou contato com o artista João Moro para pedir um posicionamento oficial acerca do caso, mas não conseguimos retorno. No entanto, em suas redes sociais o artista se manifestou em uma publicação dizendo que foi acusado injustamente de se inspirar nas obras da artista Elizabeth, a qual João afirma que conhece de longa data, admira e respeita muito.

João também diz repudiar totalmente tal afirmação. “Sou um artista com técnica própria, que já realizou diversas obras para cidades, estabelecimentos comerciais, prédios, igrejas e que tem um ateliê grande, com inúmeras peças à disposição de visitantes, admiradores e compradores.”

Sobre a obra do bicentenário, o artista reafirma que foi criada de forma autoral, usando uma de suas técnicas de uma série de obras. “O monumento foi criado por mim, inspirado na minha série União, como já afirmei, para o qual eu trouxe o elemento da pomba, ave símbolo de Ponta Grossa e que inclusive está na bandeira da cidade”, escreveu.

João também nega o plágio dizendo que é uma ação que nunca foi pensada por ele, pois, tem seu próprio reconhecimento no mercado artístico. “Nunca precisei me inspirar em outro artista para ganhar reconhecimento. Estou no mercado da arte há quase 40 anos e não precisaria praticar plágio. Tenho minha história reconhecida por inúmeras artistas, colegas, pelo mercado de obras e pelo povo do Paraná e de outros estados do Brasil”.

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Lucas Portela

Lucas Portela

Lucas é jornalista formado em Bacharel pelo Centro Universitário Santa Amélia (UniSecal) de Ponta Grossa.

Graduado desde 2021, possui experiência com redação em portais de notícia, trabalhou nos bastidores de uma emissora de TV local, se aventurou como produtor audiovisual em uma agência de publicidade, já estagiou como assessor de imprensa na Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa e atualmente exerce o cargo de jornalista redator no portal Boca no Trombone.

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