O corpo miúdo e frágil combinava com sua presença no mundo, de certo modo discreta, silente, sem nunca se inflamar em rompantes de arrebatar atenção para sim. Sempre nos fundos das salas a se recolher, raramente um comentário, nunca, diretamente, alguma reclamação.
Em meio a uma coletividade de gente. Gente para cá e para lá, a buscar pelos mais refinados lugares em salão decorado para cerimonial evento, mesas com pompa e refinamento. Oceano de gente querendo irromper em destaque. Uns se favorecendo por um instante em parecer importante ser.
Sentado ao lado do balcão, mantinha em singela posição o prato diretamente à mão, mesa alguma ganhara sua atenção. Um homem isolado em meio ao jantar refinado, só lhe fazia companhia o próprio prato. Alguém reparou na sua ausência de uma mesa maior, repleta de gente ao redor. Lá se foi sua paz solitária, foi ter com um bando de gente em disposição temerária.
Na mesa cheia de outras convivas foi se acomodar, a singela tranquilidade deixou de lhe acompanhar. Um prato e um bando de convidados agora eram seu par.
Autoria: Renata Regis Florisbelo