O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, anunciou nesta quinta-feira (3), na B3, em São Paulo, um projeto inovador para o financiamento do agronegócio. O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agro (FIDC Agro Paraná) é o primeiro instrumento de crédito voltado ao setor criado por um Estado brasileiro. A iniciativa pretende movimentar cerca de R$ 2 bilhões para impulsionar a expansão das atividades de produtores rurais vinculados a cooperativas e empresas integradoras nos 399 municípios paranaenses.
Modelo inovador de financiamento
O FIDC Agro Paraná funcionará como um fundo central sob o qual cooperativas e empresas integradoras poderão criar fundos vinculados, facilitando o acesso ao crédito para aquisição de máquinas, equipamentos, sistemas de irrigação e melhorias logísticas.
Para viabilizar o projeto, o Governo do Estado, por meio da Fomento Paraná, aportou inicialmente R$ 150 milhões e já dispõe de outros R$ 200 milhões para a expansão do modelo. Segundo Ratinho Junior, o objetivo é ampliar a oferta de crédito para setores essenciais do agronegócio paranaense.
“Queremos estimular investimentos em áreas que são a vocação do Paraná. Já temos quatro cooperativas estruturando seus fundos e outras manifestaram interesse em aderir”, afirmou o governador.
Alternativa ao Plano Safra
A iniciativa surge como uma opção complementar ao Plano Safra, cujos recursos têm se mostrado insuficientes para atender à demanda crescente do setor. Ao contrário do programa federal, que prioriza custeio e comercialização da produção, o FIDC Agro Paraná será focado em investimentos para modernização e ampliação da produção.
A gestão do fundo ficará a cargo da Suno Asset, escolhida por meio de chamada pública da Fomento Paraná. A gestora, pertencente ao Grupo Suno, administra mais de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 500 milhões destinados ao agronegócio. Seu papel será atrair investidores privados para fortalecer a estrutura do fundo.
Potencial de crescimento
Com a adesão de novos investidores, a expectativa é que o fundo possa alcançar R$ 14 bilhões em investimentos ao longo dos próximos anos. Além disso, um dos principais objetivos é estimular a economia local, priorizando a compra de equipamentos e insumos de empresas instaladas no Paraná.
“Queremos que os implementos, máquinas e equipamentos financiados pelo fundo sejam, preferencialmente, produzidos no Paraná, gerando emprego, renda e aumento da arrecadação estadual”, explicou Claudio Stabile, presidente da Fomento Paraná.
Atualmente, o Estado conta com 226 cooperativas, das quais 16 estão entre as 500 maiores empresas do Brasil e 11 figuram entre as maiores cooperativas agroindustriais do mundo. Em 2024, o setor faturou R$ 205,7 bilhões e a projeção é que atinja R$ 300 bilhões até 2026 e R$ 500 bilhões em 2030.
Participação e presenças
O lançamento do FIDC Agro Paraná contou com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes; do secretário de Comunicação, Cleber Mata; do diretor Administrativo do BRDE, Heraldo Neves; do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; dos deputados federais Pedro Lupion e Arnaldo Jardim; e do CIO da Suno Asset, Vitor Duarte. Também participaram diretores da Fomento Paraná e representantes do setor cooperativista e financeiro.
Com essa iniciativa, o Paraná se posiciona na vanguarda do financiamento ao agronegócio, proporcionando condições mais vantajosas para que produtores rurais expandam seus negócios e contribuam para o desenvolvimento econômico do Estado.