A estiagem continua avançando no Paraná. Dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), divulgados nesta semana, apontam que a seca moderada se intensificou nas regiões Oeste e Noroeste do Estado durante o mês de maio. O levantamento também indica a entrada de uma faixa com seca fraca na divisa com Santa Catarina.
De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), que participa da elaboração do estudo, a estiagem se agravou desde dezembro de 2024, quando a seca nessas regiões passou de fraca a moderada. A falta de chuvas ao longo do primeiro semestre de 2025 contribuiu para o avanço do quadro.
“A tendência é que a situação permaneça nos próximos meses, já que o inverno tem, historicamente, um regime de chuvas mais baixo”, alerta o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar.
Impactos variam por região
Na região Norte do Estado, os efeitos da seca são considerados de curto e longo prazo, com impactos diretos tanto na agricultura quanto no abastecimento de água. Já nas demais regiões, os impactos são classificados como de curto prazo, afetando principalmente a produção agrícola.
Em resposta à situação, o governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou, no fim de maio, estado de emergência em todo o Paraná devido à estiagem prolongada. A medida tem caráter preventivo e autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais, sob coordenação da Defesa Civil, para ações de resposta e mitigação. O decreto também permite maior agilidade na contratação de bens e serviços emergenciais, com dispensa de licitação por até 180 dias.
Situação no Brasil
O Monitor de Secas de maio também revela um cenário preocupante em outras partes do Brasil. A seca continua intensa em grande parte da região Nordeste e em áreas da divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por outro lado, houve recuo da seca grave registrada em abril na Amazônia e no Oeste gaúcho, que agora apresentam condição moderada. O levantamento não aponta, por enquanto, casos de seca extrema ou excepcional no território nacional.
Sobre o Monitor
Criado em 2014, o Monitor de Secas começou como uma ferramenta para acompanhar a crise hídrica no semiárido brasileiro. Desde 2017, o projeto é coordenado pela ANA com o apoio de instituições estaduais, como o Simepar, que é responsável pela análise das regiões Sul e Sudeste.
O mapeamento leva em conta variáveis como precipitação, temperatura do ar, índice de vegetação, níveis dos reservatórios e evapotranspiração. A cada três meses, o Simepar coordena a produção do mapa nacional atualizado.
A expectativa é que, com a manutenção do clima seco nos próximos meses, os órgãos de monitoramento e defesa sigam atuando para minimizar os impactos da estiagem em todo o Paraná.
Com supervisão de Marcos Silva.