O deputado federal Aliel Machado (PV-PR) representou o Brasil no XIII Fórum de Lisboa, realizado nesta semana em Portugal. Como palestrante do painel “Economia verde, mudanças climáticas e transição energética”, o parlamentar destacou o protagonismo brasileiro nas pautas ambientais e a urgência de ações diante da crise climática global.
O evento, que acontece entre os dias 2 e 4 de julho na Universidade de Lisboa, reúne cerca de 3 mil participantes de diferentes países, entre lideranças políticas, acadêmicos, membros da sociedade civil e especialistas. A 13ª edição do Fórum tem como tema “O Mundo em Transformação – Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente” e é promovida pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pela Universidade de Lisboa e pela FGV Justiça.
Durante sua participação, Aliel defendeu a adoção imediata de medidas concretas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. “A natureza não espera. Precisamos compreender que não somos donos dela, mas parte dela”, afirmou o deputado.
Mercado de carbono e geração de renda
Relator do projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, Aliel ressaltou a articulação que permitiu a aprovação de um texto com apoio de diferentes setores, incluindo o agronegócio, ambientalistas e comunidades indígenas. Segundo ele, a proposta mostra que é possível aliar desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.
“O reflorestamento, o combate a incêndios e a preservação podem ser transformados em ganhos econômicos e sociais. Estudos apontam que o mercado de carbono pode representar de 4% a 5% do PIB brasileiro nos próximos anos”, destacou.
Transformação ecológica e articulação institucional
O parlamentar também mencionou a criação do Comitê Interinstitucional do Pacto pela Transformação Ecológica, do qual é membro, como exemplo da articulação entre os três poderes em torno da sustentabilidade. “Essa união entre Legislativo, Executivo e Judiciário é essencial para superar entraves burocráticos e garantir a efetividade das políticas públicas”, pontuou.
Aliel reforçou ainda o papel estratégico do Brasil no cenário internacional, especialmente pela matriz energética limpa e pelo potencial na economia verde. “Temos muitas alternativas, seja na utilização de combustíveis limpos ou nas condições naturais que nos colocam em posição de liderança. O mundo espera um protagonismo cada vez maior do Brasil”, disse.
Impactos sociais e urgência da agenda ambiental
O deputado também alertou para os efeitos das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis, apontando o crescimento de eventos extremos no país. “De 2014 para cá, mais de 3 mil municípios brasileiros registraram eventos extremos — um número dez vezes maior que há três décadas. A agenda ambiental precisa ser prioridade, acima das disputas políticas, e deve contar com ampla participação da sociedade”, defendeu.
Além de Aliel Machado, o painel contou com as participações de Heloisa Oliveira, Marcelo Siqueira, Kennedy Alencar e Fernando Mosna, com mediação de Ketlin Scartezini.
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