Julia Aparecida Pereira dos Santos (Julia Poetisa), de 18 anos, estudante de Geografia na UEPG, escritora e moradora do bairro Jardim Alvorada, em Castro, lança neste domingo (18), às 14 horas, seu primeiro livro no Celeiro de música e artes (antiga bota do Papai Noel, localizado na rua Guilherme Zimerman, n° 1113). A obra é ‘Marasmo’ que conta referências sobre a Ditadura Militar do Brasil nos anos 70, deixando o leitor encontrar também romance, suspense e casos criminais. O evento é gratuito e o livro está custando R$ 25.
A reportagem do Portal Boca no Trombone conversou com a escritora. Ela detalha que “é meu primeiro livro. Tem 104 páginas e minha inspiração para escrever foi o interesse absurdo na ditadura, em casos criminais. Meu livro é criminal, mas muito existencial ao mesmo tempo no sentido de filosofia”. Julia explica que a personagem principal é Veneza de 14 anos. “Veneza é a personagem que criei e ela é sequestrada em plena a ditadura. Nesse parâmetro, o livro trata sexualidade, denúncias, gênero, racismo, ao todo, busca uma liberdade que a personagem sente após ser sequestrada, trazendo essa crítica do cotidiano e essa ironia”. A jovem escritora comenta que a expectativa do lançamento é poder entregar o máximo de livros, mas também trazer mais diversidade cultural em Castro. A editora do livro é Filartt.
Durante o lançamento, haverá apresentações musicais com a banda Doce Cinza, e os músicos Luiz Koch e Patrícia, Fabrício Cunha, Victor Szchultz e discussões culturais.
Trajetória
Julia conta que começou a escrever aos 13 anos em um momento caótico. “Acabei passando por choques de realidade, no qual cresci demais mentalmente e senti necessidade de me expressar de alguma forma. Então comecei a escrever agressivamente, muita melancólica e com o tempo melhorei a escrita. Esses sentimentos de melancolia se transformaram em algo positivo, que deu origem ao Marasmo, meu atual livro. Sempre escrevi mais poesia, não sei escrever histórias, contos, sinto que minha escrita se modifica em poesia, mas acabei me esforçando para criar o Marasmo e expressar algumas ideias. Sei que é um tipo de narração que pode ter ideias muito críticas”.
A autora também relata sobre o Celeiro de Música e Artes, uma associação onde artistas castrenses se reúnem. “Sobre o celeiro, começou com o Projeto Som na Rua. Foi o Naymer que criou e os artistas foram entrando nesse projeto e tocando diversos instrumentos a céu aberto. Eu também participava, chamei mais um grupo de poesia e a Prefeitura acabou cedendo o espaço do Celeiro para fins culturais”. O Naymer que é o coordenador do celeiro completou que “é uma concessão, por meio de um projeto estruturado com finalidades específicas, tornando o meio artístico mais acessível tanto a população como também aos artistas”.
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